De modo geral, o número de jovens jogadores na competição é baixo. Na lista dos 736 inscritos pelas 32 seleções, são apenas 4,21% do total, seguindo a média dos últimos mundiais: foram 33 em 2014 (4,48%), 34 em 2010 (4,62%) e apenas 16 em 2006 (2,17%). Assim, entre as equipes apontadas como candidatas ao título na Rússia, Alemanha, Espanha e Argentina não têm sequer um representante na disputa. Outros oito países também não contam com novatos: Arábia Saudita, Colômbia, Croácia, Irã, Japão, Rússia, Peru e Suécia.
Até aqui, a hegemonia no prêmio tem sido europeia. Em 2006, o alemão Lucas Podolski foi o escolhido. Em 2010, foi a vez de seu compatriota Thomas Müller. Já em 2014, o francês Paul Pogba levou a honraria. E, se depender das bolsas de apostas, pode passar o bastão para um companheiro: Mbappé, a joia de apenas 19 anos e cinco meses. E os blues ainda contam em seu grupo com outro concorrente de peso: Dembelé, de 21 anos, mas que não é titular da equipe comandada por Deschamps.
O mais citado para jogar por terra o favoritismo de Mbappé é Gabriel Jesus, de 21 anos, único representante brasuca no prêmio. Titular e artilheiro da Seleção na Era Tite, ele pode ter a seu favor o fato de contar com Neymar a seu lado no ataque. Nem mesmo a concorrência interna com Roberto Firmino tem diminuído sua cotação.
Outros candidatos em potencial são o armador uruguaio Bentancur e o atacante inglês Rashford, que ainda não completaram 21 anos. Contra o britânico, entretanto, pesa o fato de não ser titular absoluto. Algo semelhante ocorre com o atacante Gudmundsson, da Islândia, e os atacantes Embolo, da Suíça, e Lee Seung-Woo, da Coreia do Sul. O último despontou na base do Barcelona como um prodígio, mas ainda tenta confirmar essa fama entre os profissionais. Apontada (mais uma vez!) como possível surpresa no Mundial, a Bélgica entra na disputa apenas com o volante Tielemans.
Outras possibilidades Já os países africanos querem surpreender. Se o atacante senegalês Ismaila Sarr desponta como nome mais forte do continente, quem mais aposta nos jovens talentos é o Marrocos. E em dose quádrupla, com os laterais Acharaf e Mendyl, o armador Harit e o atacante En-Neysri. Desses, o mais conhecido é Acharaf, que joga no Real Madrid, mas a história mais curiosa é a de Harit, que defendeu a Seleção Francesa até o Sub-21, sendo campeão europeu Sub-19, mas, em setembro do ano passado, anunciou a decisão de defender o Marrocos – em 2015, ele recusou a convocação pelo país africano.
Um dos estreantes da Copa, o Panamá também apostou na juventude, com os armadores Luís Rodríguez e Ricardo Ávila e o atacante Ismael Díaz. É bem verdade que Ávila só foi convocado às pressas, depois da contusão de Alberto Quintero, na semana passada... Mas, de toda forma, como dificilmente a equipe terá vida longa na competição, podem ser considerados praticamente como cartas fora do baralho.
A escolha do vencedor do prêmio será feita pelo grupo de estudos técnicos da Fifa, que analisará cada um dos 31 candidatos em quesitos como habilidade, estilo de jogo, criatividade, carisma, fair play, demonstração de amor ao futebol, entre outros (ver quadro).Agora, é acompanhar o Mundial e ver se as promessas vão se tornar realidade.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
1) Nível de habilidade
2) Estilo de jogo jovem e inovador
3) Criatividade e inspiração
4) Maturidade técnica e eficiência
5) Reconhecimento dos torcedores por conta de grandes atuações
6) Exemplo para os jovens
7) Atitude positiva e jogo limpo Memória
Pogba foi eleito na
Copa do Brasil’2014
Em 2014, Paul Pogba, de 21 anos, já era titular absoluto da Juventus e uma das apostas da França na luta pelo bicampeonato. Apesar de ter feito apenas um gol no torneio disputado no Brasil – contra a Nigéria, nas oitavas de final (foto) –, foi um dos destaques da equipe, em função de sua visão de jogo e habilidade acima da média. Só não conseguiu ajudar o time a evitar a derrota por 1 a 0 nas quartas de final para a Alemanha, que viria se sagrar campeã.
Prêmios retroativos
A premiação de melhor jogador jovem da Copa só começou a ser distribuída em 2006, mas a Fifa, após promover enquete em seu site, decidiu condecorar, simbolicamente, os melhores de todos os torneios desde 1958. Entre os vencedores estão nomes como Pelé, Beckenbauer, Cubillas... Alguns mostravam que eram craques desde cedo... Outros, apesar de fazer bela carreira, não chegariam a repetir todo sucesso depois.