De final ‘del Mundo’ ao fim do mundo. Assim, grosso modo, pode ser resumida a novela em que se transformou a decisão da Libertadores entre River Plate e Boca Juniors depois das cenas de selvageria em Buenos Aires. E quando a gente pensa que não dá para piorar, os dirigentes nos provam o quão são (in) capazes... A possibilidade de a final ir parar no tapetão cai como um soco na boca do estômago. Para completar, ainda vem ladeada de provocações (infantis) entre os presidentes de ambas equipes. Lamentável!
O Boca, que recorreu ao Tribunal de Disciplina da Conmebol exigindo a desqualificação do River, se mostra irredutível e ameaça ir até mesmo ao CAS (Tribunal Arbitral do Esporte), antes de ‘ser forçado’ a entrar em campo. O fato de a entidade sul-americana ter colocado o dia 8 ou 9 como data para uma possível final parece só ter piorado as coisas.
Indiferente à posição do Boca, a Conmebol deve anunciar hoje qual cidade será ‘escolhida’ para o confronto (palavra arriscada no contexto atual). Em outras palavras, quem vai pagar mais... Apesar de a entidade afirmar que assumirá os custos das equipes com viagem, hospedagem e alimentação, os interessados terão que bancar “uma taxa” não revelada. Ela seria usada para reembolsar o River Plate, que terá de devolver os cerca de US$ 3 milhões (R$ 11,6 milhões) dos quase 63 mil ingressos que havia vendido (isso sem contar a enxurrada de processos que devem aparecer).
Apesar de saber que a cartolagem não perderá a chance de abocanhar grana extra “de forma inesperada”, penso que a final tinha que ser disputada sim. E no Monumental de Núñez. Caberia às forças policiais argentinas identificar e prender os vândalos que agiram no sábado e garantir a segurança para as equipes e os reais torcedores, os maiores prejudicados nesta história.
Só não queiram me convencer que essas lambanças só ocorrem por essas bandas de cá. A glamourosa Liga dos Campeões, por exemplo, também foi palco de cenas lamentáveis nesta semana durante o jogo entre AEK e Ajax, na Grécia. Infelizmente, a ignorância e a intolerância não conhecem fronteiras...
Bola de ouro
Na segunda-feira, a revista France Football entregará a Bola de Ouro ao melhor jogador do mundo. Concedido desde 1956, o prêmio pode fazer “justiça” ao resultado do The Best, da Fifa, que escolheu o croata Luka Modric, após 10 anos de hegemonia de Cristiano Ronaldo e Messi. Apesar de ter sido eleito o craque da Copa da Rússia, em que a Croácia terminou como vice-campeã, no conjunto da obra Modric não fez um 2018 tão espetacular assim. Desta forma, o favoritismo recai sobre CR7, autor de 44 gols no ano, campeão da Champions com o Real e atual artilheiro do Italiano pela Juve. Por ironia do destino, Messi também balançou as redes 44 vezes, mas não teve títulos de tanto destaque. Mbappé, Griezmann, Salah, Harry Kane e De Bruyne correm por fora. Quatro brasucas estão na lista de 30 candidatos: Neymar, Marcelo, Roberto Firmino e Alisson.
Quem diria...
Pode parecer até brincadeira, mas o jogo mais importante da 14ª rodada do Campeonato Espanhol não terá Barcelona, Real Madrid nem Atlético de Madrid em campo... Trata-se do duelo entre o líder (!) Sevilla (26 pontos) e o Alavés (4º, com 23), que pode valer a ponta da tabela. Segundo colocado, com 25 pontos, o Barcelona não deve ter muitos problemas diante do Villarreal (16º, com 14), ao contrário do Atlético (3º, com 24), que encara o Girona (7º, com 20). Já o Real (6º, com 20) enfrenta o Valencia (11º, com 17), para provar que a derrota de 3 a 0 para o Eibar foi apenas um “acidente de percurso” após a chegada do técnico Santiago Solari.
Não adiantou secar
Aqueles que davam como certo o fracasso de Neymar e do PSG na Liga dos Campeões tiveram que dar o braço a torcer ontem. Com os 2 a 1 sobre o Liverpool, a equipe francesa tem tudo para confirmar vaga às oitavas ao enfrentar na última rodada o já eliminado Estrela Vermelha. Para completar, ao balançar as redes de Alisson, Neymar se isolou como o maior artilheiro brasuca da Champions, com 31 gols em 51 jogos (média de 0,6 por partida). Como tem apenas 26 anos, com certeza ampliará essa marca. Se superar a barreira centenária como Messi (105) e Cristiano Ronaldo (121) é praticamente impossível, não duvido que chegue aos 49, se igualando a Di Stéfano e Ibrahimovic no top 10 de artilheiros da competição. Tem muita gente por aí que não vai suportar...
Alívio imediato
Após início complicado no comando do Bayern de Munique, o técnico croata Niko Kovac ganhou certo alívio nesta semana ao emendar vitórias sobre Stuttgart (2 a 0) e, principalmente, sobre o Benfica (5 a 1 na Liga dos Campeões). Agora, terá de buscar a recuperação para deixar a incômoda 5ª colocação no Campeonato Alemão e reduzir a desvantagem de nove pontos para o líder, Borussia Dortmund. Quem também teve ‘um respiro’ foi Thierry Henry, que, enfim, conquistou sua primeira vitória no comando do Monaco (1 a 0 sobre o Caen). Entretanto, a equipe do Principado, que estava há mais de três meses sem vencer, segue na zona da degola. O francês precisará fazer mágica...
Missão impossível?
Equipe de melhor campanha na primeira fase da Major League, com 71 pontos, o New York Red Bull precisará quase de um milagre hoje para conquistar da Conferência Leste norte-americana. Como no duelo de ida perdeu por 3 a 0 para o Atlanta (69 pontos na primeira fase), terá que devolver o placar para avançar pela primeira vez à decisão do título da MLS. A partida é vista por muitos como uma ‘final antecipada’, já que, do outro lado, Kansas (62) e Portland (54) fizeram campanhas bem inferiores.
De olho
Ethan Ampadu
O zagueiro Ethan Ampadu (foto), de 18 anos, é umas das joias que estão sendo lapidadas na Inglaterra. Aos 8 anos, começou na base do Exeter, de sua cidade natal, que hoje disputa a Quarta Divisão inglesa. Antes de completar 16, estreou no time de cima – o mais precoce a atuar pela equipe. Foi contratado pelo Chelsea em julho de 2017 por 2,8 milhões de euros, estreou em setembro, mas uma contusão no tornozelo em abril atrapalhou sua evolução. Mesmo assim, o Chelsea renovou seu contrato até junho de 2023. Recuperado, Ampadu tem atuado apenas na equipe sub-23. Apesar de ter uma partida pelo sub-15 da Inglaterra, optou por defender País de Gales, já tendo estreado até na Seleção principal.