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A ascensão meteórica de Ronaldo, da Toca da Raposa ao penta

Aos 16 anos, o menino vindo de Bento Ribeiro (RJ) estreou no Cruzeiro. Aos 17, foi campeão mundial, e aos 20 o melhor do mundo. Em 2002, levou o Brasil ao pentacampeonato

postado em 23/04/2018 19:50 / atualizado em 23/04/2018 19:59

Jorge Gontijo/EM/D.A Press - 30/6/02
Há 25 anos, a estrela do maior artilheiro brasileiro em Copas do Mundo começava a brilhar nos gramados de Minas Gerais. Numa noite de terça-feira, 25 de maio de 1993, Ronaldo estreava nos profissionais do Cruzeiro, com apenas 16 anos. O centroavante dos juniores, magro e esguio, foi relacionado pelo técnico Pinheiro para o time misto da Raposa que enfrentaria a Caldense, no Ronaldão, em Poços de Caldas, em jogo sem muita importância e que teve pouco mais de 2 mil torcedores pelo Campeonato Mineiro. O Cruzeiro venceu por 1 a 0.

O primeiro gol de Ronaldo nos profissionais foi marcado três meses depois, em 3 de agosto, durante torneio amistoso em Portugal que colocou o futuro Fenômeno de vez entre os profissionais – e, em poucos meses, no patamar dos grandes ídolos da história do Cruzeiro.

Já sob o comando de Carlos Alberto Silva, o jovem foi ganhando espaço durante o torneio e voltou como titular absoluto. “Ele teve ontem mais uma chance entre os titulares e não decepcionou. O ex-juvenil Ronaldo, com um gol na fase inicial – o primeiro como profissional – e uma atuação destacada ajudou o Cruzeiro a bater uma vitória contra o Belenenses por 2 a 0”, destacava o Estado de Minas de 6/8/1993. “Ronaldo salvou a etapa da mediocridade, marcando um belo gol ao cabecear com firmeza para as redes de Figueiredo”, descrevia o EM o primeiro gol do Fenômeno nos profissionais.

A ascensão de Ronaldo foi meteórica. Marcou 56 gols em 58 jogos pelo Cruzeiro, foi artilheiro da Supercopa dos Campeões da Libertadores (8 gols), do Mineiro (22) e incluído, aos 17 anos, na lista de convocados para a Copa do Mundo dos Estados Unidos’1994. Não entrou em campo, mas festejou o tetracampeonato conquistado depois de 24 anos de jejum brasileiro.

Drama e rendenção

Se ficou fora do ataque do Brasil na campanha do tetra, Ronaldo esteve no centro das atenções da Seleção Brasileira nas três Copas seguintes, quando viveu o drama na França’1998, a redenção na Coreia do Sul e Japão’2002 e o fracasso do estrelado quarteto ofensivo na Alemanha’2006.

Ronaldo chegou à França como o único jogador até então eleito melhor jogador do mundo pela Fifa – e o mais novo, com apenas 20 anos. Tinha acabado de trocar o Barcelona pela Internazionale de Milão, terminando a temporada com 25 gols, na vice-artilharia. O primeiro gol em Mundiais foi na vitória sobre Marrocos por 3 a 0, na primeira fase.

Foram quatro gols em solo francês e o grande drama vivido antes da decisão: Ronaldo teria sofrido uma convulsão durante o sono, levado a um hospital e ficou fora da primeira lista divulgada por Zagallo. Depois, foi confirmado entre os titulares, mas em campo estava visivelmente abatido. “A torcida ainda não consegue entender por que Zagallo deixou Ronaldinho em campo, se ele mal podia andar por causa das dores no joelho esquerdo e por uma indisposição antes do jogo”, questionava o Estado de Minas de 13/7/1998, repercutindo a derrota por 3 a 0.

Washington Alves/EM/D.A Press.

A redenção de Ronaldo veio quatro anos mais tarde, depois de superar longo período de recuperação de cirurgia no joelho. Com oito gols, foi o artilheiro da Copa do Mundo de 2002, com dois gols na final contra a Alemanha, em Yokohama. A despedida de Ronaldo nos Mundiais foi na tumultuada campanha da Copa’2006, quando o time de Carlos Alberto Parreira caiu nas quartas de final para a França. Com três gols, Ronaldo chegou a 15, ultrapassando Gerd Muller como o maior artilheiro das Copas – posto desbancado em 2014 pelo alemão Miroslav Klose.

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