Gigghia marcou segundo gol do Uruguai na final e deixou herança maldita para Barbosa, tratado como culpado
A Copa do Mundo voltou a ser disputada em 1950 após paralisação de 12 anos por causa dos efeitos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que ceifou milhões de vidas e arrasou vários países. Como a Europa não tinha condições de sediar o torneio, coube ao Brasil, candidato único, organizar o maior evento futebolísticos pela primeira vez.
O país acabara de sair da era Vargas (1930-1945), continuando com o presidente Eurico Gaspar Dutra o processo de industrialização e urbanização. Como símbolo de grandeza e crescimento do Brasil, o Maracanã foi construído para abrigar a Copa do Mundo. O estádio, maior do mundo naquela época, foi inaugurado pouco antes do torneio.
Lance do jogo entre Inglaterra e Estados Unidos, no Independência, pela Copa de 1950
Belo Horizonte também foi sede daquele torneio. A capital mineira construiu o estádio Independência, palco de uma das maiores zebras da história. Candidata ao título, a Inglaterra, país onde o futebol nasceu, perdeu para os Estados Unidos (1 a 0), que tinha elenco formado por amadores. Foi o primeiro Mundial do 'English Team', que preferiu não participar das duas primeiras edições, pois via o torneio com certo desdém. No Brasil, o time inglês foi eliminado na primeira fase, com duas derrotas (EUA e Espanha) e uma vitória (Chile).
Lance do jogo entre Inglaterra e Estados Unidos, no Independência, pela Copa de 1950
Com sedes no Sul, no Sudeste e no Nordeste (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Recife), a competição movimentou quase todo o país. A Seleção Brasileira fez uma campanha irrepreensível até o jogo decisivo contra o Uruguai, com quatro vitórias, sendo três por goleada, e um empate. No jogo final, que registrou maior público das Copas do Mundo (199.854), o Brasil perdeu para o Uruguai por 2 a 1. O jogo ficou conhecido como Maracanaço, gerando um grande trauma nos fanáticos de futebol, que ficaram frustrados com o resultado.
Foto registra primeiro gol do Uruguai na final contra o Brasil, no Maracanã, marcado por Schiaffino
O uruguaio Gigghia foi um dos craques da Copa, marcando gol em todas as partidas, inclusive o tento do título na decisão. O capitão Obdulio Varela também foi um dos jogadores mais destacados daquela campanha celeste. Com a derrota, o Brasil 'elegeu' seu vilão. O goleiro Barbosa, que para muitos falhou no gol decisivo, acabou fortemente criticado. Ele morreu, em 2000, 'esquecido' do futebol.
Jogadores uruguaios silenciam Maracanã com vitória sobre Brasil e celebram segundo título mundial
POSIÇÕES
Campeão: Uruguai
Vice: Brasil
3º lugar: Suécia
4º lugar: Espanha
Artilheiro da edição: Ademir de Menezes (Brasil), com 9 gols