Copa do Mundo

HISTÓRIA DAS COPAS

1962 - Chile

Pelé se machucou na segunda partida, deixando protagonismo para Garrincha

postado em 23/04/2018 21:41 / atualizado em 04/06/2018 14:48

Ronaldo Moraes/O Cruzeiro/EM
A Copa do Mundo de 1962 marcou o bicampeonato mundial da Seleção Brasileira. A competição foi realizada no Chile, entre 30 de maio e 17 de junho, com 16 participantes na disputa: dez europeus (União Soviética, Iugoslávia, Alemanha Ocidental, Itália, Suíça, Tchecoslováquia, Espanha, Hungria, Inglaterra e Bulgária); e seis das Américas (Chile, Brasil, Uruguai, Argentina, Colômbia e México). O Chile superou Espanha, Alemanha e Argentina para ser o país-sede. A Fifa queria que o Mundial ocorresse na América do Sul, já que as duas edições anteriores foram na Europa – Suíça e Suécia. No entanto, dois anos antes, o país passou por um terremoto que atingiu 2 milhões de pessoas, entre vítimas, feridos e desabrigados. Devido ao desastre, a Fifa cogitou alterar o local da Copa, mas Carlos Dittborn Pinto, presidente da Conmebol e do comitê organizador, conseguiu a permanência da competição no Chile. Em homenagem, o dirigente teve o nome dado ao estádio em Arica – um dos três do Mundial. Ele faleceu poucos dias antes da inauguração. 

Campeã na edição anterior da Copa, em 1958, na Suécia, o Brasil não precisou disputar as Eliminatórias, que tiveram 49 concorrentes para 15 vagas. Esta foi a sétima participação brasileira em Mundiais. Favorita, a Seleção chegou ao torneio no Chile com várias estrelas no elenco: Nilton Santos, Didi, Zagallo, Pepe, Djalma Santos, Vavá, Amarildo, Garrincha e, claro, Pelé.  O ‘Rei’, no entanto, sofreu um estiramento muscular na segunda partida, contra a Tchecoslováquia, e ficou fora do restante da competição. Sem o camisa 10, coube ao ‘Mané’ comandar o time verde-amarelo na campanha do título. 

Com a base mantida do Mundial de 1958, o Brasil teve, no comando técnico, a principal mudança: saiu o paulista Vicente Feola, entrou o carioca Aymoré Moreira. A estreia da Seleção na Copa do Chile foi contra o México, pelo Grupo 3. Zagallo e Pelé marcaram os gols da vitória brasileira. No jogo seguinte, empate por 0 a 0 com a Tchecoslováquia e a frustração pela lesão do principal jogador do time. Amarildo foi o substituto de Pelé e brilhou no encerramento da primeira fase: dois gols no triunfo por 2 a 1 sobre a Espanha. 

No mata-mata, o Brasil passou pela Inglaterra nas quartas de final, por 3 a 1. Garrincha foi o destaque do jogo, com dois gols. Vavá anotou o outro tento. Na semifinal, a Seleção teria pela frente os donos da casa. Mané continuou em alta e marcou os dois primeiros gols. Vavá marcou mais dois e definiu a vaga na final com goleada sobre o Chile, em Santiago, por 4 a 2. Na decisão, o Brasil reencontro o único adversário que não havia vencido até então: a Tchecoslováquia, que eliminou a Iugoslávia na semi. Os tchecos abriram o placar aos 15 minutos da finalíssima, com Masopust. Dois minutos depois, porém, Amarildo empatou. A virada veio aos 33 minutos: Zito, de cabeça. Aos 35min, em falha do goleiro Schrojf, um dos destaques da Tchecoslováquia, Vavá garantiu o triunfo por 3 a 1 e o segundo título mundial da Seleção Brasileira. 

POSIÇÕES

Campeão: Brasil 
Vice: Tchecoslováquia
3º lugar: Chile
4º lugar: Iugoslávia
Posição do Brasil: campeão

Artilheiros da edição: Dra%u017Ean Jerkovi%u0107 (Iugoslávia) – com cinco gols
 
* Jogador foi reconhecido como artilheiro isolado pela Fifa somente em 1993, após ter um gol contra Colômbia creditado. Antes, ele dividia o feito com Garrincha, Vavá (Brasil), Leonel Sánchez (Chile), Valentin Ivanov (União Soviética) e Flórián Albert (Hungria).

TRAJETÓRIA DO CAMPEÃO 

Primeira fase
Brasil 2 x 0 México 
Brasil 0 X 0 Tchecoslováquia
Brasil 2 X 1 Espanha

Quartas de final 
Brasil 3 X 1 Inglaterra 

Semifinal
Chile 2 X 4 Brasil 

Final
Brasil 3 X 1 Tchecoslováquia

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