Copa do Mundo

Os órfãos do Brasil

postado em 09/07/2018 09:57

RENAN DAMASCENO / EM DA PRESS

São Petersburgo – Planejar assistir a uma fase final de Copa do Mundo não é tarefa das mais fáceis. Como antecipar ou trocar passagem em cima da hora pode custar caro, uma queda na primeira fase ou uma eliminação antes da hora obriga os torcedores a continuarem a viagem mesmo sem a seleção de seu país.

Em Samara, por exemplo, era comum encontrar alemães que, depois da segunda rodada, acreditavam na classificação da Alemanha em segundo lugar para enfrentar o Brasil naquela cidade. Em Kazan, foi a vez de cruzar com grupos de mexicanos que sonhavam com a vitória sobre os brasileiros e a passagem para as quartas de final.

Agora é a vez de os brasileiros desembarcarem em São Petersburgo sem o Brasil. Diferentemente da primeira passagem da Seleção por aqui, na segunda rodada da primeira fase, as ruas já não estão mais coloridas. Sem latinos e sem a Rússia, as cidades vão retornando à rotina, sem festa, sem bandeiras, sem música.

Ontem, era preciso caminhar algumas quadras para encontrar brasileiros com a camisa da Seleção. “Perdeu a graça, a diversão”, conta Cid Carvalho, de Joinville, que desembarcou na Rússia poucos minutos depois da eliminação do Brasil, na sexta-feira, em Kazan. Ele e o amigo Fernando Heide (foto), com agasalho da Seleção, eram exceção de verde-amarelo entre agasalhos e sobretudos. “A gente decidiu, mesmo sem o Brasil, manter nossos ingressos, com a expectativa de que França x Bélgica será um grande jogo” disse Fernando.