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O fim de uma era que mudou a geografia do esporte

Nos últimos 10 anos, Fifa e Comitê Olímpico Internacional se aproveitaram da disposição dos países dos BRICS em se mostrar para o mundo

postado em 15/07/2018 07:00

AFP
Ao apito final do árbitro argentino Néstor Pitana, neste domingo à tarde, em Moscou, será encerrado o ciclo de uma década que mudou a geografia dos principais eventos esportivos no mundo. Desde 2008, Olimpíada e Copa do Mundo serviram para que países emergentes mostrassem ao mundo o poderio de seu desenvolvimento – não por acaso, esses eventos ficaram marcados por obras pujantes, elefantes brancos e gastos exorbitantes.

Nos últimos 10 anos, Fifa e Comitê Olímpico Internacional se aproveitaram da disposição dos países dos BRICS em se mostrar para o mundo. BRICS é a sigla do conjunto de países emergentes em estágio parecido de desenvolvimento, formado por Brasil (que sediou a Copa’2014 e Jogos Olímpicos Rio’2016), Rússia (sede da Olimpíada de Inverno’2014 e Copa do Mundo’2018), Índia, China (Olimpíada de Pequim’2008) e África do Sul (Mundial’2010).

O primeiro sinal de mudança nesta geografia do esporte foram os Jogos de Pequim’2008, que tinham como estádio principal o Ninho do Pássaro, de aço e concreto, até então o estádio mais caro da história. Nos anos seguintes, o topo da lista das obras bilionárias foi mudando, culminando nos dois eventos em solo russo. 

O Mundial que termina neste domingo custou ao país 683 bilhões de rublos (cerca de R$ 38 bilhões), segundo dados do Comitê Organizador Local divulgados no fim de abril – cerca de R$ 5 bilhões a mais que a competição de quatro anos atrás, no Brasil, estimado em R$ 27 milhões (em torno de R$ 33 bilhões, corrigida a inflação do período).

A partir de agora, os maiores eventos voltam ao primeiro mundo ou – no caso do Catar’2022 –, onde o dinheiro não é problema. No caso da Olimpíada, Tóquio’2020 deve marcar o fim de uma era dos gastos exorbitantes, já que o COI se vê na necessidade de mudanças, depois que cidades como Oslo e Roma retiraram candidaturas justamente para evitar irresponsabilidades. As edições de Paris’2024 e Los Angeles’2028 estão decididas. No futebol, Estados Unidos, México e Canadá vão dividir os custos da edição 2026, quando o Mundial terá 48 países. 

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