Copa América

COPA AMÉRICA

Sindicato denuncia condições de trabalho de seguranças durante a Copa América

Categoria reclama de alimentação inadequada e pagamento incompleto

postado em 24/06/2019 22:24 / atualizado em 25/06/2019 18:24

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/DAPress)</i>
Pagamento de apenas 8 das 12 horas trabalhadas, fornecimento de apenas pão com mortadela como lanche e proibição de carregar alimentos de casa. Essas são as principais denúncias do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais quanto às condições de trabalho daqueles contratados pela Conmebol para garantir a segurança do Mineirão durante a Copa América.

O contrato entre as partes, segundo o sindicato, vale por 30 dias, ou seja, somente durante a competição continental. O serviço é terceirizado pela empresa Gocil Segurança.

“A empresa não tem pago o vale-transporte, a alimentação nem o valor trabalhado pelos trabalhadores. O pessoal está trabalhando 12 horas e a empresa está pagando só oito. Hoje (segunda-feira), nós fizemos uma paralisação de advertência lá, colocando que, no próximo jogo, se a empresa não melhorar a alimentação, nós vamos suspender (as atividades) da categoria”, explica o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Edílson Silva. 

Segundo Edílson, a paralisação desta segunda (24) durou cerca de uma hora. Ele ressalta que os contratados iniciam as atividades por volta das 14h no dia dos jogos e só largam durante a madrugada. 

Além das partidas, os cerca de 700 colaboradores, conforme o presidente do sindicato, também trabalham nos hotéis ocupados pelas delegações em Belo Horizonte. “O lanche não dá para suprir as necessidades (em nenhum dos locais). Também é proibido entrar com lanche. Pessoal está indignado. Nós temos relatos de um vigilante que levou alimentação e o hotel proibiu ele de comer dentro do hotel”, relata.

Ainda de acordo com o sindicato, após a mobilização desta segunda, a Gocil Segurança “assumiu o compromisso de solucionar as pendências trabalhistas até esta terça-feira (25), quando a empresa
deverá fazer novo contato com a entidade”. 

Em caso de descumprimento da promessa, a categoria ameaça parar já na próxima partida realizada no Mineirão. Ou seja, a semifinal da competição marcada para o dia 2 de julho, às 21h30. A partida pode colocar Brasil e Argentina frente a frente. 

Outro lado

A reportagem entrou em contato com o Comitê Organizador Local da Conmebol por volta das 21h desta segunda. Por meio da assessoria, a organização informou que checa as informações para se posicionar. Até a última atualização desta reportagem, no entanto, o COL não havia se manifestado. 

O Superesportes também procurou a Gocil Segurança, que respondeu na tarde desta terça-feira por meio de nota. "A Gocil, que atua há mais de 30 anos no mercado de segurança e multisserviços, sempre prezando pelo bem-estar de seus parceiros, sejam eles colaboradores, clientes ou fornecedores, e respeitando as normas e legislação vigentes, quer esclarecer que as operações no caso reportado estão sendo analisadas e qualquer falha que possa ter ocorrido será imediatamente sanada".

Atualizada às 18h23 de terça-feira, 25 de junho

Tags: comitê organizador sindicato seguranças mineirão vigilantes