COLUNA DO JAECI

Empate preocupante e em boa hora

Acho que esse empate e nosso péssimo futebol serviram para nos alertar, a sete meses da Copa. Temos um time, uma filosofia de jogo, mas ainda falta muito para pensa no hexa

postado em 16/11/2017 13:38

AFP / Adrian DENNIS
Londres – Deixo a capital da Inglaterra hoje. Hora de voltar para casa, depois de 13 dias aqui no Velho Mundo. Confesso que volto frustrado, pois gostaria de levar na bagagem uma bela vitória do Brasil sobre o English Team. Porém, o que vimos foi um time apático, sem inspiração ou criatividade. Justamente no primeiro teste contra uma equipe europeia. Quem me acompanha sabe o que tenho escrito e falado. Quando a imprensa, em geral, enche Paulinho de elogios, eu digo: jogar contra Equador, Bolívia e Paraguai, até eu jogo. Quero ver é atuar bem contra seleções de ponta do futebol mundial. E olha que a Inglaterra estava desfalcada de seis titulares e se deu ao luxo de mudar vários jogadores no segundo tempo. Não é para jogar o excelente trabalho de Tite (foto) no lixo. Acho que esse empate e nosso péssimo futebol serviram para nos alertar, a sete meses da Copa. Temos um time, uma filosofia de jogo, mas ainda falta muito para pensar no hexa. Precisamos encarar adversários do nosso nível. Não vencemos a Argentina, na Austrália, nem a Inglaterra, terça-feira. Até aqui, ganhamos apenas de equipes de segunda linha. Se bem que, no Mineirão, demos chocolate nos hermanos com um sonoro 3 a 0 e direito a olé, pelas Eliminatórias.

Sinceramente, acho que esse mau futebol veio em boa hora. Assim, poderemos pisar no freio e fazer uma avaliação melhor. Vi alguns metendo o pau em Neymar. Ele, realmente, não jogou bem. Mas se foi individualista, é porque percebeu o ferrolho da defesa inglesa e tentou usar seus dribles. Ele tentou, mas não deu certo. Coutinho, completamente fora de forma, foi horrível. Gabriel Jesus, sozinho, ficou perdido. Paulinho perdeu um gol incrível. Se fosse contra adversários fracos, teria feito. É isso que me preocupa para o Mundial. Na hora de enfrentar seleções fracas os caras são leões. Contra equipe do mesmo nível, gatinhos. É preciso achar o ponto de equilíbrio. Aqui no Velho Mundo, temos Alemanha, França, Espanha, Portugal e a própria Inglaterra como forças do momento. Fala-se muito também da Bélgica. Será que vai ser a zebra da Copa?

A verdade de terça-feira é que o Brasil não conseguiu jogar contra uma equipe fechada. Não achou os espaços, não criou, não tabelou. É preocupante sim, mas nada que nos faça desistir e acabar com o trabalho tão bonito feito por Tite e pelos jogadores até aqui. É preciso que ele e sua comissão técnica avaliem o que houve de errado para corrigir o rumo da nau. Na entrevista coletiva da véspera do jogo, Tite nos alertou para a qualidade dos ingleses, mesmo sem seis titulares. Um time que, como escrevi e falei, joga com a bola no chão, evita os chuveirinhos e que aprendeu a usar a criatividade. Tem jogadores talentosos para isso.

Os atletas foram liberados após a partida e só serão convocados novamente daqui a quatro meses, no fim de março, para jogar contra a Rússia, em cidade a ser definida no país-sede da Copa, e contra a Alemanha, em Berlim. Serão os dois últimos jogos antes da lista final com os 23 jogadores que irão ao Mundial. Não entendi o motivo de Tite não ter colocado em campo Diego, do Flamengo, e Diego Souza, na terça-feira. Deveria ter testado também alguns reservas, como Cássio e Thiago Silva. O que ninguém entende é a convocação de Taison. É péssimo jogador e não pode disputar uma Copa do Mundo. Tite precisa rever alguns conceitos para fazer uma lista coerente, com jogadores versáteis, que jogam em mais de uma posição, pois Copa do Mundo, competição de tiro curto, exige isso. O empate diante dos ingleses, com 85 mil presentes no lendário Wembley, serviu para nos alertar e acabar com o oba-oba. É preciso mais comprometimento, menos badalação e mais futebol. Se quisermos chegar ao hexa, tem que ser assim. Caso contrário, ficaremos pelo meio do caminho.


Obrigado

Aos meus leitores, que me acompanharam aqui; aos internautas, pelo blogs.uai.com.br/alterosanoataque; e aos ouvintes, pela Rádio Tupi, a maior audiência do rádio brasileiro, o meu muito obrigado. Completei em Wembley minha ducentésima sexagésima cobertura internacional, entre Seleção Brasileira, outros esportes, e a duplamente premiada matéria Meninos do Brasil, todas catalogadas e registradas. Um currículo do qual me orgulho muito. E é sempre os Diários Associados, dando chocolate na concorrência. Agradeço a Deus.

Tags: Seleção Brasileira selefut nacional seriea