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América planeja orçamento para 2020 e tenta brigar por cota de TV mais justa no Brasileiro

Marcus Salum falou sobre finanças em caso de acesso à Série A ou permanência na B

postado em 15/11/2019 07:00 / atualizado em 15/11/2019 17:02

(Foto: Estevão Germano/América)
O América já definiu o orçamento para o futebol em 2020. Se subir à Série A, o valor disponível está na casa de R$ 60 milhões. Caso permaneça na B, R$ 30 milhões. É o que disse Marcus Salum, presidente do clube, em entrevista ao programa Bastidores, da Rádio Itatiaia. De acordo com o dirigente, o crescimento de receitas em um eventual acesso se daria em razão do aumento da cota de televisão, pois, a partir de 2020, todos os participantes do Campeonato Brasileiro (1º ao 20º) receberão premiação pela colocação - diferentemente do que ocorre em 2019, com a exclusão dos rebaixados.

“Sentei com meu superintendente-geral, Paulo Assis, e disse: ‘Paulo, em 2020, R$ 30 milhões na Série B e R$ 60 milhões na Série A. Essa é a nossa base’. É orçamento total. A TV da Série B paga R$ 7 milhões para cada clube. A TV da Série A é variável. Ela tem um fixo de R$ 23 milhões para todos os clubes, 30% em cima da exposição, que vai dar uns R$ 15 milhões, e os outros 30% são por colocação. Hoje eles só premiam do 1º ao 16º, mas nós conseguimos premiação a partir do ano que vem do 1º ao 20º. Nós vamos trabalhar com número de R$ 40 a R$ 60, até R$ 70 ou R$ 80 (milhões), sem o pay-per-view”.

Em caso de promoção à primeira divisão, o América terá, conforme Salum, as mesmas dificuldades de permanência, como ocorreu em 2016 (20º, com 28 pontos) e 2018 (17º, com 40 pontos). Isso porque quase todos os concorrentes dispõem de arrecadação bastante superior, casos de Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo. 

“Eu tenho conhecimento muito vasto porque viajo o Brasil todo, represento os clubes, vou à CBF, discuto com a Globo. Sou um elemento de negociação com a Globo de Série B, até hoje com certa liderança, por causa de muita coisa que a gente sabe. Mas falando de América, o Brasil hoje tem o quê? Tem uma elite de clubes ricos, uma elite de clubes que têm receita, porém devem muito, e o resto. São três grupos. A elite, com 500 a 600 milhões de orçamento, são Palmeiras, Flamengo, Corinthians e São Paulo. Na faixa intermediária tem Grêmio, Internacional, Atlético, Cruzeiro, hoje o Athletico-PR, com receita expressiva. Depois vêm Bahia, outros clubes ali no meio. São orçamentos que batem 200 a 250 milhões, passam disso”.

Para Salum, um caminho que diminuiria o abismo era mexer no formato do contrato dos clubes do Campeonato Brasileiro com o pay-per-view (TV fechada). Hoje, Corinthians e Flamengo, por terem maior quantidade de torcedores assinantes, detêm grande parte do faturamento (no mínimo R$ 120 milhões para cada). O presidente do América considera justo se uma fatia desse dinheiro fosse dividida igualmente entre os clubes, como ocorre na TV aberta (40% iguais, 30% por exibição de jogo na Globo e 30% por colocação final na Série A).

“Ninguém pode questionar que o clube maior tem que receber mais. Isso é regra. Quem carrega o futebol brasileiro hoje é o Flamengo, que tem de ganhar mais. Mas ele precisa de um adversário. Esse equilíbrio que se buscou com 40%-30%-30% se perdeu no pay-per-view. Nossa briga com a Globo é de fazer um fixo no pay-per-view e dividir por igual”.

Outra alternativa é conseguir algum investidor que aplique dinheiro no clube. “Na hora em que se tenta fortalecer a formação de clube-empresa no Brasil, a CBF está remando contra. É muito cômodo para a elite do futebol brasileiro não querer fazer clube-empresa. Qual a forma de, no futebol brasileiro, enfrentar um clube de orçamento maior? É ter investimento. Um clube igual ao América, organizado e com contas em dia, tudo certo, patrimônio, como vou mudar minha receita? Trazendo investidor. É chato falar isso, mas já bati no meu teto de subir todo ano e lutar para não cair. Com a receita que eu tenho, é o que posso fazer. Se ainda tivesse públicos de 30 a 40 mil pessoas, suportava melhor isso. Então há um caminho a seguir: trazer investidor”, encerrou Salum.

Quinto colocado da Série B, com 55 pontos, o América enfrentará o Vitória neste sábado, às 17h, no Independência, pela 36ª rodada. Os principais concorrentes do clube mineiro entram em campo posteriormente. Mais tarde, às 21h30, o Atlético-GO (4º, com 57) receberá o Paraná, no estádio Antônio Accioly, em Goiânia, enquanto o Coritiba (3º, com 57) jogará no sábado, às 16h30, contra o Oeste, no Couto Pereira, em Curitiba.

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