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Em primeira semana 'cheia', Levir Culpi tenta ajustar falhas cometidas pelo Atlético

Gols perdidos, passes errados e problemas defensivos são marcas da equipe que precisam ser apagadas para o Alvinegro disputar a Libertadores

postado em 23/10/2018 06:30 / atualizado em 22/10/2018 19:56

Bruno Cantini/Atlético

A reestreia de Levir Culpi no Atlético não foi da forma que o treinador esperava. Diante do Fluminense, no Engenhão, a equipe alvinegra voltou a cometer erros que aconteciam sob comando de Thiago Larghi (não é para menos, foram apenas dois dias de trabalho) e acabou derrotado por 1 a 0. O novo comandante terá uma semana completa de treinamentos para começar a implantar o seu estilo no time atleticano, fazer um diagnóstico mais detalhado da equipe e mudar a rotina de más apresentações do time já na partida contra o Ceará, na próxima segunda-feira, em Fortaleza.
 
 
Os problemas no duelo contra o Tricolor das Laranjeiras foram claros: chances perdidas, passes errados e falhas no sistema defensivo. Essas são algumas das marcas do time atleticano no Campeonato Brasileiro. Confira abaixo cinco pontos que precisam ser ajustados pelo técnico Levir Culpi para que a equipe se mantenha no grupo dos classificados para a Copa Libertadores de 2019, principal objetivo da temporada depois da saída precoce da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana.
  
Ineficiência do ataque
 
Contra o Fluminense, o Atlético finalizou 11 vezes. Foram quatro chutes na direção do gol e sete para fora. Além do pênalti desperdiçado por Fábio Santos, o time perdeu boas chances, como uma do centroavante Ricardo Oliveira, que aproveitou sobra de bola e mandou para fora. O Atlético chegou ao terceiro jogo consecutivo sem balançar as redes, algo inédito na temporada 2018. A equipe foi ultrapassada pelo Flamengo e deixou de ser a dona do melhor ataque do Campeonato Brasileiro (48 a 47). Um dos times que mais finalizam na Série A, o alvinegro acertou no gol 42,5% dos chutes dados na competição (161 de 379), o que mostra que a pontaria precisa ser melhorada nesta reta final de ano – depois de um primeiro semestre muito bom, principalmente enquanto Róger Guedes ainda estava no time.
 
Passes errados

Na estreia de Levir, o Atlético errou 41 dos 374 passes que tentou. Um deles, de Luan, foi decisivo na derrota, já que o Fluminense aproveitou a falha para sair em contra-ataque e marcar o gol da vitória. No Campeonato Brasileiro, a equipe é a terceira que mais troca passes, atrás apenas de Grêmio e Corinthians. O alvinegro é o sexto time que mais erra passes (1.173), uma média de 39,1 por jogo (também em sexto lugar). A porcentagem de erros, no entanto, é baixa, se o número de tentativas for levado em conta (8,4% dos 13.933 dados na competição).
 
Erros da defesa

O lance do gol foi um dos poucos erros cometidos pelo sistema defensivo no jogo. No entanto, ele foi decisivo e contribuiu diretamente para a derrota. É uma das preocupações nos últimos meses e foi corrigida, parcialmente, ainda com Thiago Larghi. Dos 12 primeiros colocados do Campeonato Brasileiro, o Atlético tem a defesa mais vazada, com 35 gols sofridos, ao lado do Fluminense. Nos últimos anos, a marca de ter uma das piores defesas da competição perseguiu o Galo, que mudou o perfil de treinadores várias vezes, mas viu o problema persistir.
 
Bola parada

O duelo contra o tricolor mostrou também umas das deficiências do Atlético no Campeonato Brasileiro: a bola parada ofensiva. O time mostra dificuldades em concluir a gol as cobranças de escanteio e faltas perto da área. Cazares, cobrador oficial de faltas e escanteios do time, e Terans, não tiveram êxito e nenhuma chance de perigo foi criada. Fábio Santos, que ainda não havia perdido nenhum pênalti pelo Galo, acabou acertando a trave e contribuindo diretamente para o revés. No Campeonato Brasileiro, o time conseguiu aproveitar pouco as bolas paradas cruzadas na área. Foram apenas quatro gols marcados, sendo três em escanteios e um em falta cruzada, mesmo tendo no time jogadores como Leonardo Silva, zagueiro com mais gols na história da Série A, e Iago Maidana, jogador de linha mais alto da competição. O time ainda marcou uma vez de falta e três de pênalti.
 
Desempenho do banco

O técnico Thiago Larghi já havia reclamado publicamente, em sua última entrevista como comandante do Atlético, dos jogadores que foram contratados pelo clube para o segundo semestre. Exceto Chará e José Welison, os outros reforços não conseguiram se firmar. Levir Culpi terá que conseguir arrancar algo a mais dos atletas para que eles consigam contribuir diretamente com a equipe. Dos atuais reservas do setor ofensivo, apenas Tomás Andrade, com três gols e duas assistências, e David Terans, com uma assistência, ajudaram a equipe no Campeonato Brasileiro. Os meias Nathan e Bruninho e os atacantes Denílson, Edinho, Leandrinho e Alerrandro não aparecem nas estatísticas alvinegras.

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