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COPA LIBERTADORES

Diretora da Conmebol é dura ao falar de erro que afeta Atlético na Libertadores: 'Leiam os regulamentos'

Monserrat Jiménez detalhou caso que envolve inscrição de atletas de 21 clubes

postado em 21/02/2019 16:30 / atualizado em 21/02/2019 17:06

<i>(Foto: Twitter/@Conmebol)</i>

Diretora jurídica e secretária-geral adjunta da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Monserrat Jiménez foi dura ao comentar irregularidades de 21 clubes na inscrição de jogadores na Copa Libertadores ou na Copa Sul-Americana (veja a lista completa ao final do texto). O Atlético está envolvido no caso.

“O pedido que fazemos, com a solidariedade de todos, é que leiam os regulamentos. Mandamos circulares, relembrando os prazos, pedindo que fizessem (a inscrição). É de exclusiva responsabilidade do clube e da associação mandar a lista em tempo e em forma. Agora, o que nos resta é esperar o resultado do Tribunal Disciplinar”, disse, em entrevista à Fox Sports argentina, nesta quinta-feira.

Nessa quarta, a Conmebol divulgou a lista das equipes investigadas pelo tribunal por conta do não cumprimento do prazo na inscrição de atletas nas competições. Incluído na lista, o Atlético garante ter enviado a documentação no período determinado no regulamento. O processo de registro dos elencos entre clube e confederação é intermediado pelas federações nacionais - no caso do Galo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“Em relação ao Atlético, o Atlético cumpriu o prazo, não tem absolutamente nenhum problema”, declarou o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara. “Enviamos a lista no dia 1º de fevereiro. O prazo era dia 2. Enviamos até com 24 horas de antecedência. Se existe um problema, é entre CBF e Conmebol, não é problema do Atlético”, acrescentou.

O entendimento do Atlético e de outras equipes do futebol brasileiro envolvidas no caso é que o erro foi da CBF, que não teria repassado as listas de inscrição no período determinado pela Conmebol. A Federação Chilena de Futebol (FCF) assumiu responsabilidade pelas irregularidades envolvendo os clubes do país.

A expectativa inicial é que o Tribunal Disciplinar, órgão independente da Conmebol, decida pela cobrança de multa. Apesar disso, Monserrat Jiménez reforçou que existe a possibilidade de punições mais duras ao relembrar que a responsabilidade da inscrição dos jogadores é tanto das federações nacionais, quanto dos clubes.

“Esses trâmites se dão em datas estabelecidas nos regulamentos. Os regulamentos são aprovados e enviados às equipes antes do sorteio da Libertadores ou da Sul-Americana, que nesses casos ocorreram em dezembro de 2018. Desde dezembro do ano passado, todas as associações sabem as datas em que têm que apresentar os documentos para inscrição no torneio”, disse.

Passos da inscrição

A diretora da Conmebol explicou o processo de inscrição dos jogadores. Segundo Jiménez, são três passos até a confirmação do registro: “O primeiro é a inscrição no COMET, um sistema da Conmebol onde estão todos os jogadores. Depois, as federações nacionais devem aceitar essa lista. A aceitação busca demonstrar que esses atletas estão devidamente inscritos na federação. Depois, por uma questão de segurança, pedimos que essa lista seja assinada tanto pela secretaria e pela presidência do clube, como pela secretaria e presidência da federação”, disse.

Ainda segundo ela, a maioria dos erros foi no segundo passo. “Inscreveram no COMET e nos mandaram a lista assinada dentro do prazo estabelecido. No entanto, a aprovação no sistema COMET por parte da federação se deu com atraso entre minutos e 24 horas. Então, a Conmebol tinha a segurança que os jogadores estavam sendo inscritos e estavam regulares na federação, mas, de todo modo, o regulamento fala que a aprovação também tem que se dar via COMET”, explicou.

Atlético na mira dos tribunais?

<i>(Foto: Bruno Cantini/Atlético)</i>

A revelação das irregularidades se deu durante a vitória dessa quarta-feira do Atlético por 2 a 0 sobre o Defensor-URU, no Estádio Luis Franzini, em Montevidéu, capital do Uruguai, pela ida da terceira fase da Copa Libertadores. A diretoria do clube uruguaio admitiu que analisa a possibilidade de acionar os tribunais para conseguir os pontos do jogo.

"Pedi a Eduardo Neira (advogado) que estude o tema e vamos conversar para ver a situação. A verdade é que fomos pegos de surpresa e não temos muito clara a situação.O que escutamos ontem (quarta-feira) é que a Conmebol não puniria porque são muitas equipes. Não me parece um bom argumento", disse Daniel Jablonka, presidente do Defensor, em entrevista ao portal Ovación, do Uruguai.

Já nesta Libertadores, o Defensor protagonizou um caso que parou nos tribunais. Após perder o jogo de ida da segunda fase por 2 a 1 para o Barcelona de Guayaquil-EQU, o clube acionou a Conmebol por conta da escalação irregular do volante Sebastián Pérez por parte dos equatorianos. A derrota em casa se reverteu em vitória por 3 a 0.

O entendimento da Conmebol é que o caso do Barcelona e o dos 21 clubes são distintos. A entidade afirma que Pérez estava mesmo irregular, já que ainda estava inscrito como jogador do Pachuca-MEX quando foi registrado pelo clube equatoriano no sistema da Copa Libertadores.

Os clubes com irregularidade, segundo a Conmebol, são:

CONMEBOL Libertadores (2ª fase)

Clube Atlético Mineiro (BRA)
São Paulo FC (BRA)
Club Universidad de Chile (CHI)
Club Deportivo Palestino (CHI)
Club Libertad (PAR)

CONMEBOL Sul-Americana

Botafogo de Futebol e Regatas (BRA)
Santos Futebol Clube (BRA)
Esporte Clube Bahia (BRA)
Fluminense Football Club (BRA)
Sport Club Corinthians Paulista (BRA)
Associação Chapecoense de Futebol (BRA)
Club Social y Deportivo Colo-Colo (CHI)
Club de Deportes Antofagasta (CHI)
Deportes Unión La Calera (CHI)
Unión Española (CHI)
Club Sol de América (PAR)
Independiente FBC (PAR)
Club Deportivo Santaní (PAR)
Club Guaraní (PAR)
Estudiantes de Mérida Fútbol Club (VEN)
Zulia Fútbol Club (VEN)

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