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Atlético no 1º jogo com Dudamel: pontas que caem por dentro, pressão, bola no chão e trinca de volantes

Contra o Uberlândia, time alvinegro apresentou algumas das ideias do venezuelano

postado em 22/01/2020 06:00 / atualizado em 22/01/2020 02:28

(Foto: Bruno Cantini/Atlético)

Foram apenas os primeiros 96 minutos de Atlético em 2020, mas já foi possível perceber algumas ideias de jogo do novo técnico Rafael Dudamel. Na vitória por 1 a 0 sobre o Uberlândia, o time alvinegro foi atacado, mas conseguiu, especialmente na primeira etapa, fazer valer a proposta do comandante venezuelano.

Novidades na escalação


O Atlético foi a campo com Michael; Patric, Réver, Gabriel e Fábio Santos; Zé Welison, Jair e Allan; Marquinhos, Hyoran e Franco Di Santo. Ao longo do jogo, a equipe alternou entre o 4-3-3 - anunciado por Dudamel em entrevista coletiva após a partida -, o 4-1-4-1 (com os pontas na mesma linha dos volantes avançados) e o 4-4-1-1.

“A equipe esteve sempre ordenada. No primeiro tempo, com um modelo tático 4-3-3, sempre com boa intenção de saída limpa, clara. No segundo tempo, mudamos o modelo tático para um 4-4-1-1, para controlar a proposta do rival. Fomos inteligentes, tivemos hierarquia. Dessa forma, pudemos suprir nossa carência física. A vitória é uma recompensa ao esforço dos jogadores”, disse Dudamel.

De cara, o que chamou atenção foram as mudanças na escalação do Atlético. Titular ao longo de toda a temporada 2019, Igor Rabello perdeu posição na zaga para Gabriel. De volta ao clube mineiro, o defensor formado na Cidade do Galo atuou ao lado de Réver, deslocado para a direita. Na maior parte do ano passado, o capitão jogou na esquerda.

No meio-campo, as principais alterações. O time foi a campo com um trio de volantes. Mais recuado, Zé Welison teve as companhias de Jair (pela direita) e do estreante Allan (pela esquerda). Os dois últimos tiveram mais liberdade ofensiva e, inclusive, pisaram seguidas vezes na área do Uberlândia.

No ataque, Marquinhos iniciou pela direita. Aos 30 minutos do primeiro tempo, foi deslocado para a esquerda - setor no qual se destacou na reta final de 2019. O estreante Hyoran ocupou o lado oposto e foi bem. Criou oportunidades, chamou o jogo e sofreu o pênalti convertido por Fábio Santos.

Momento ofensivo e criação de jogadas


A imprensa teve pouco acesso aos treinos do Atlético durante a pré-temporada. Nas partes abertas aos jornalistas, foi possível perceber uma cobrança recorrente de Rafael Dudamel durante as atividades em campo reduzido: sair jogando pelo chão, com aproximação e troca de passes rápida.

E foi dessa forma que o Atlético tentou jogar no Parque do Sabiá, apesar do grama alta e das irregularidades do campo. Depois de iniciar a construção pelo chão no primeiro terço do campo, o time, então, aciona os laterais por meio de passes mais esticados. Foi assim que surgiu o lance do pênalti sofrido: Patric recebeu de Jair, cruzou para Di Santo, que fez o pivô e ajeitou para Hyoran. O meia-atacante, então, foi derrubado na área.


Na Cidade do Galo, Dudamel e o auxiliar Marcos Mathías comandaram treinos em campo reduzido em que o objetivo era justamente o de trocar quatro ou cinco passes pelo chão. Em seguida, eram liberados os lançamentos pelo alto.

Ao menos no primeiro jogo sob o comando de Dudamel, Patric e Fábio Santos se tornaram protagonistas no momento ofensivo. Os laterais ganharam espaço nos corredores e puderam fazer mais jogadas de profundidade por conta do posicionamento dos atacantes de lado. Marquinhos e principalmente Hyoran fizeram seguidas vezes o movimento de flutuar das pontas para armar pelo centro. Com isso, os alas ganham terreno e ultrapassam para receber em condições de cruzar.

Substituto de Cazares?


Na entrevista coletiva pós-jogo, Dudamel explicou que tirou Cazares do jogo por conta da proposta do Al-Ain. Enquanto falava sobre isso, o venezuelano indicou que tem mesmo a intenção de utilizar três volantes, ao menos nesse primeiro momento de trabalho no Atlético. Isso porque o substituto foi Hyoran. Ou seja, o equatoriano atuaria pelas pontas, caindo para o meio.

“Quando ele (Cazares) me comunicou com muito profissionalismo e muita sinceridade que não estava totalmente concentrado, eu compreendi e tomei a decisão para que o titular fosse Hyoran", disse o comandante.

(Foto: Bruno Cantini/Atlético)

Momento defensivo


Nos primeiros 35 minutos da etapa inicial, o Atlético sofreu pouco com as investidas do Uberlândia. “Foi a parte do jogo da qual mais gostei. Desde o começo, tentamos impor nossas formas. Depois, foram se passando os minutos e a equipe sentiu o desgaste físico. Nesse momento, chegávamos ao campo rival, mas não tomávamos boas decisões. Quando não há frescor nas pernas, elas não respondem à mente. É normal nesta etapa”, avaliou Dudamel.

Depois disso, o time alvinegro caiu fisicamente, deu campo aos donos da casa e passou sufoco em determinados momentos. O principal deles foi o pênalti, já no fim do primeiro tempo. O estreante Michael foi bem e defendeu a cobrança de Felipe Alves.

No momento defensivo, era claro: o Atlético pressionava o portador da bola assim que perdia a posse. Os movimentos ainda não estão precisos e nem totalmente coordenados, já que esse tipo de marcação exige fisicamente dos jogadores. Não foi, no entanto, uma estratégia de sufocar intensamente o Uberlândia. O time alvinegro apostou, principalmente, em blocos médios de marcação, embora tenha alternado ao longo da partida.

(Foto: Bruno Cantini/Atlético)

O que vem por aí?


Dudamel não detalhou qual será o plano para o segundo jogo. A partir das 16h deste domingo, o Atlético receberá o Tupynambás, no Independência, pelo Campeonato Mineiro. A escalação dependerá da recuperação física dos jogadores. Tudo será definido até esta sexta-feira, quando o venezuelano voltará a dar entrevista na Cidade do Galo.

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