Vale ressaltar que o Tricolor sentiu muita falta do principal atacante do time, Pipico, vetado por uma lesão. Se não conseguiu balançar as redes do adversário, pelo menos também não foi vazado. A equipe coral agora volta a campo no próximo domingo, quando irá estrear no Campeonato Pernambucano, contra o América, na Arena de Pernambuco.
O jogo
Foi um primeiro tempo de dar sono. Sem qualquer chance real de gol. Com larga vantagem dos marcadores sobre os criadores. Nesse quesito, pode-se destacar a organização tática do Santa Cruz. Bem postado na defesa, a equipe coral cercou os paraibanos com extrema eficiência. Imobilizou o meio-campista Marcos Aurélio e foi inteligente o suficiente para não fazer faltas próximas a área para não dar munição ao experiente jogador, exímio cobrador.
Sem o atacante Pipico, que sofreu um estiramento na coxa e vai desfalcar o Tricolor por duas semanas, Neto Costa acabou sendo o homem de referência no setor ofensivo. Apesar da boa movimentação e do esforço tático, marcando e roubando bolas, o substituto não conseguiu cumprir a função principal que lhe cabia: fazer gols - pior, no final, ainda acabaria expulso. A previsão é que Pipico volte a campo na segunda rodada do Nordestão, no próximo dia 26, contra o Bahia, no Arruda.
Se marcou bem, o Tricolor encontrou a mesma dificuldade do adversário: criar. A saída de bola do Santa Cruz não funcionou. Se foi protagonista do lance mais bizarro do jogo, quando cobrou uma falta para muito longe, aos 25 minutos, Hericlis também se mostrou o jogador mais lúcido e participativo do time. Em raro lance de inspiração, aos 32 minutos, o meia lançou Elias com perfeição. Sozinho, o atacante dominou a bola e finalizou cruzado para a única defesa de Saulo na etapa.
Pelo lado do Belo, a melhor oportunidade veio aos 25. Pitbull cruzou na medida para Marcos Aurélio, que faria o gol não fosse intervenção precisa de Diego Lorenzi. No mais, muitos erros de passes e de faltas, com partida truncada e lenta na etapa inicial.
Segundo tempo
Após o intervalo, o jogo melhorou sensivelmente. As duas equipes se abriram mais em busca do gol, embora fosse nítida a falta de ritmo de jogo. Mais ousado, o Santa Cruz teve a melhor chance de gol até então aos 9 minutos. Cruzamento na medida de Marcos Martins e Augusto subiu no meio da defesa paraibana para testar por cima do gol. Tentando imprimir uma pressão, o Tricolor chegou mais uma vez aos 12 minutos. Após bate-rebate, Elias tentou de bicicleta, mas a finalização saiu torta.
A resposta do Botafogo veio aos 24 minutos. Clayton finalizou com extremo perigo, no ângulo, para grande defesa de Ricardo Ernesto, que salvou o Santa Cruz. Aos 39, foi a vez de Marcos Aurélio arriscar de fora da área e assustar o Santa Cruz. No lance seguinte, na reta final da partida, o atacante Neto Costa fez falta dura em Roniery e acabou expulso, com o segundo cartão amarelo. Com um a menos em campo, a equipe tricolor se retraiu na defesa e conseguiu garantir o ponto fora de casa. Para isso, foi salvo com mais uma grande defesa de Ricardo Ernesto, aos 46, após chutaço de Rogério.
Ficha do jogo
Botafogo-PB 0
Saulo, Roniery, Willian Goiano, Lula e Fábio Alves; Rogério, Marcos Vinícius, Clayton (Dico), Marcos Aurélio e Adalgiso Pitbull (Rafael Ibiapino); Nando (Paulo Renê). Técnico: Evaristo Piza.
Santa Cruz 0
Ricardo Ernesto; Marcos Martins, Danny Morais, Vitão e Bruno Ré; Charles, Diego Lorenzi e Hericlis (Luiz Felipe); Augusto (Cesinha), Elias (Eduardo) e Neto Costa. Técnico: Leston Júnior.
Local: Estádio Almeidão, em João Pessoa.
Árbitro: Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro (RN).
Assistentes: Flávio Gomes Barroca e Luís Carlos de França Costa (ambos do RN).
Cartão vermelho: Neto Costa (S) (aos 40’ do 2ºT)
Cartões amarelos: Roniery, Marcos Aurélio (B); Neto Costa (S).