Santa Cruz

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Balanço errado e impossibilidade de planejar: Entenda a situação financeira do Santa Cruz

Coordenador do Núcleo de Gestão do clube revelou trabalhos para corrigir balanços do último triênio e conhecer todo o passivo tricolor

postado em 20/10/2019 15:51

<i>(Foto: Bruna Costa/Esp. DP Foto)</i>
“Todos os dias chegava uma dívida que você não conhecia”. As palavras de Roberto Freire, Coordenador do Núcleo de Gestão do Santa Cruz são diretas para falar sobre a situação financeira do clube. Segundo o dirigente, ainda hoje, a diretoria não conseguiu juntar as informações de todos os passivos corais, impossibilitando um planejamento orçamentário. Em entrevista ao Superesportes, Roberto revelou os trabalhos da gestão sobre as finanças do Santa e a imprecisão dos últimos balanços.

Integrante da gestão que assumiu o Santa Cruz há dois anos, Roberto Freire participou diretamente da maioria das decisões de gestão interna do clube nesse período. Ele revelou que o primeiro trabalho do núcleo de gestão foi concretizar um plano de ação que ainda está em andamento.

“No primeiro dia que a gente sentou aqui, a gente montou um plano de ação baseado em três pilares. O primeiro é redução de despesas, o segundo é controle de gestão e o terceiro, aumento do faturamento (...) No pilar número um, que foi a redução de despesas, a primeira coisa que a gente fez foi tratar do passivo, que muito se fala sobre o planejamento orçamentário do Santa, mas você não tem condição de fazer planejamento orçamentário aqui no Santa, quer dizer, não tinha, hoje tem”.

Sobre essa dificuldade de planejar os fundos do Santa Cruz, Roberto revelou que a equipe não tinha conhecimento de muitos de seus passivos, o que fazia com que dívidas antigas interferissem no trabalho previsto. Segundo ele, apesar de melhor, a situação ainda atrapalha.

“Atualmente a gente consegue errar menos, porque a gente já tem 80% a 85% das informações, mas, antes, você não fazia. Você fazia um planejamento orçamentário e todos os dias chegava uma informação que você não tinha, uma dívida que você não conhecia, que entrava em processo de execução, então o que é que acontecia, furava todo e qualquer fluxo financeiro que você fizesse para gerir a instituição. A gente tem sofrido muito aqui até hoje com a dificuldade de fazer um fluxo financeiro funcionar”.

Nesse processo de descobrimento de passivo, Roberto contou a forma como a dívida do Santa Cruz está sendo setorizada internamente, já existindo seis grupos com os quais o clube tem débitos.

“Hoje, a gente já dividiu o passivo, inicialmente em quatro grandes grupos, que é o passivo trabalhista, o tributário, o cível e o com fornecedores. Depois a gente viu que existia um passivo gigante com funcionários, que eram os caras que trabalharam aqui nos últimos cinco anos, que não receberam todos os meses, aí a gente levantou isso tudo, criou um único grupo que é o passivo com os funcionários, e hoje, a gente criou um sexto, que é o passivo contábil”.

Depois de conhecer suas dívidas, o próximo passo do Santa será reconhecê-las. Como os balanços financeiros do último triênio não condizem com a realidade relatada por Roberto, o núcleo de gestão vê a necessidade de corrigir os levantamentos, assim, os balanços serão republicados, visando já ter o balanço fiel em 2020.

“O balanço que foi apresentado não corresponde à realidade das informações e, daí, você vai ter um processo que a gente está fazendo, que a gente vai republicar o balanço de 2016, 2017 e 2018. Em 2019, a gente vai fazer todas as correções para, em 2020, talvez, a gente estar com o balanço com as informações reais”.