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'Futebol é assim': Presidente explica detalhes da relação entre Santa Cruz, Estadium e Diego Souza

Constantino Júnior reforçou que nenhum dinheiro do Tricolor seria envolvido na negociação, comandada inteiramente pela patrocinadora

postado em 16/01/2020 12:21 / atualizado em 16/01/2020 12:34

(Foto: Ricardo Fernandes/DP Foto)
A novela Diego Souza ganhou uma nova temporada, que está se passando poucos quilômetros ao norte da Ilha do Retiro, mais especificamente envolvendo uma possível chegada do meia ao Arruda. Na manhã desta quinta-feira, o Superesportes conversou com o presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, que explicou a negociação, o interesse por Diego Souza e reforçou que não haveria participação coral nos custos do atleta. A reportagem falou também com o diretor de marketing do clube, Guilherme Leite, que detalhou um pouco da relação entre o clube e a patrocinadora Estadium.

PROCURA PELO ATLETA

Com a Estadium patrocinando o Santa Cruz e o Campeonato Pernambucano, inclusive, bancando o árbitro de vídeo no torneio, a valorização e a visibilidade do estadual e do clube seriam interessantes para a casa de apostas alemã, ao menos, essa é a visão de Tininho, que também reforçou que toda a negociação está sendo conduzida pela empresa.

“Foi (iniciativa) da empresa. A empresa tem essa condição e faz esse estudo mercadológico. Eles têm interesse no campeonato, levam os naming rights da competição, então a negociação seria uma coisa até para fortalecer o campeonato e fortalecer o Santa Cruz, que é patrocinado por eles”.

Na visão de Guilherme Leite, diretor de marketing, as ações que a Estadium vem fazendo são parte de uma estratégia de engajamento com o torcedor coral e revelou que algumas ações ainda serão colocados em prática ao longo do ano. 

“Tudo isso faz parte de um investimento que a empresa está fazendo para aumentar o engajamento com o torcedor do clube. Eles fizeram a obtenção da cota master, eles vieram construir, a obra está acontecendo no Arruda, do lado do portão social, vai ter uma loja deles. Eles também querem a oportunidade de alavancar, cada vez mais, a quantidade de usuários deles, fazendo uso de um impacto na torcida do Santa Cruz”, afirmou Guilherme.

SALÁRIO E MERCADO

O mandatário coral também lembrou que, caso o acordo entre Diego Souza e Santa Cruz seja concretizado, o clube não teria nenhuma responsabilidade financeira no negócio, com todos os valores sendo bancados pela patrocinadora. Constantino também reafirmou que o contrato restrito à duração do estadual seria diretamente ligado aos custos que a Estadium estaria disposta a pagar em primeiro momento.

“Em poder econômico, o Santa Cruz não tem condição, nem próximo, de fazer uma participação do salário. É uma questão orçamentária nossa, o Santa Cruz não tem como ficar trazendo jogador de salário elevado. Mas o que foi colocado (para debate interno) é uma questão de ordem técnica, se ele teria condição técnica. Consultei nossa comissão, nosso staff, e tecnicamente ele tem. Mas, no lado financeiro, não seria uma situação de parceria com Santa pagando. A empresa fez a conta também do que poderia arrecadar ou o que seria uma boa solução mercadológica para ela com esse nome”.

Ainda que esteja negociando a contratação de um jogador de maior renome, com faixa salarial bem acima da média do clube e até da divisão, Tininho foi cauteloso sobre o quanto isso representa de poderio coral no mercado.

“Como é que o mercado vai ver que o Santa Cruz está trazendo um jogador desse quilate e não está...? Poderia ter trazido dez ou cinco. A única coisa que eu quis me manifestar foi sobre a situação do Santa não ter participação no salário, para que o mercado e o próprio elenco entenda que não tem participação financeira do Santa no negócio. Seria um pacote todo, estar chegando um presente no Santa Cruz. Eu não tenho como fazer esse aporte”.

OUTROS NOMES

Caso Diego Souza não venha, a chegada de outro reforço midiático no Santa Cruz não seria certeza, na visão de Tininho. O presidente do clube disse que isso passaria primeiramente por uma análise da Estadium, que poderia, ou não, abrir negociação por outro atleta.

“Aí é uma situação da empresa. Se a empresa tiver essa visão de que vale a pena, eu acho que, para a gente, é interessante estudar essa situação. Mas vamos aguardar uma posição deles, eu não vejo uma dificuldade de haver a contratação, mas tem que ver o lado deles, porque eles fazer um investimento pensando em retorno, pensando no que eles conseguem. Mas eu acho que é possível”.

HISTÓRIA NO SPORT

Constantino Júnior reconheceu o fato de Diego ter uma história em um grande rival do Santa, mas diminuiu a importância disso em uma eventual chegada do atleta. Em primeiro momento, ele acredita que os torcedores podem ficar reticentes, mas, com entrega e resultado, isso ficaria de lado.

“Ele tem uma história lá, mas acho que o futebol é assim. Já teve outros casos. Ele não está saindo do Sport para vir para o Santa Cruz diretamente. Diego Souza é um cara profissional, já vestiu camisa assim outros estados, já vestiu camisa de Vasco, Fluminense, Botafogo. Claro que ele tem uma história aqui, mas o que a gente tem que ver é o perfil técnico. É um cara de identidade, dentro de campo é um cara muito bacana, tenho amigos que conhecem ele e falam muito bem. Torcedor, alguns gostam, alguns não gostam, mas se ele responder com entrega, responder com futebol, o torcedor vai aplaudir ele, vai parabenizar”.

RELAÇÃO COM A ESTADIUM

Segundo Guilherme Leite, a relação coral com a Estadium começou em um evento da CBF, quando Tininho teve um encontro com representantes da empresa alemã.

“O presidente do Santa Cruz conheceu o pessoal da Estadium em um evento na CBF. Fizeram o contato, se falou do potencial do clube, da marca, da torcida, do potencial financeiro que se poderia ter investindo no clube. a aposta esportiva é algo que está bem consolidada no mercado de futebol e a empresa, investindo no Santa Cruz, poderia ter um bom potencial de rendimento”, disse Guilherme.

Tininho, porém, lembrou que no início das negociações, não se falava em contratações de renome ou nada nesse sentido. Na sua visão, isso foi uma oportunidade de mercado para a empresa.

“Inicialmente não se falou nisso. A gente começou a ver um envolvimento, uma possibilidade, acho que foi uma oportunidade de mercado, não sei. Tem a questão até da proximidade da competição, de o patrocinador querer aumentar o engajamento com a torcida do Santa Cruz. São fatores que levaram a empresa a pensar nessa questão da contratação midiática”.