Sport

Ano de sucesso

Retrospectiva: os personagens que fizeram parte da trajetória do Sport em 2013

Principal conquistado do Leão neste ano foi, sem dúvidas, o retorno à Série A em 2014

postado em 29/12/2013 10:26 / atualizado em 29/12/2013 11:06

Marcel Tito /Diario de Pernambuco

Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro são destinos obrigatórios em qualquer retrospectiva esportiva de Pernambuco. Pelo menos até 2013. A partir do próximo ano, o estádio dos Aflitos sai definitivamente da lista. Entra, em seu lugar, a Arena Pernambuco. Substituição que aconteceu nesta temporada e lançou o Náutico na Era da modernidade estrutural, das Arenas. Já no campo... O ano foi cruel para os alvirrubros, ao contrário dos rubro-negros e tricolores. A série Histórias que passaram por aqui relembra a temporada dos três clubes. Resgate contado a partir de Pedro Tibúrcio, Marcelo “Doido” Farias e Pedro Gama.

O porquê do sucesso do Leão
Futebol também se ganha fora de campo. Apesar de no futebol brasileiro a afirmação estar relacionada diretamente aos meios escusos, a referência aqui é um elogio. Faz alusão à estratégia, ao investimento, às decisões tomadas no momento certo. A mudança de um técnico, a alteração no planejamento, a escolha do lado para pular na cobrança de pênalti adversária. Esta última, pensada e estudada. Como deixou claro o goleiro Magrão após a classificação leonina às oitavas de final da Sul-Americana.

O camisa 1 dividiu os méritos pela defesa dos três pênaltis no jogo contra o Náutico, na Arena Pernambuco, com Pedro Gama, o analista de desempenho do Sport. Pedro que, um ano antes, era colocado para fora da Ilha do Retiro por estar espionando o Leão. “Foi você que eu coloquei para fora da Ilha uma vez, não foi?”, perguntou o supervisor Edmilson Santos no dia da apresentação de Pedro ao Sport. “Mas agora a gente está no mesmo time”, respondeu Pedro. Foi ele quem, ao analisar os batedores de pênalti do Náutico, deu as dicas para o goleiro defender as penalidades e classificar o Sport.

Além das estrelas

A temporada do Sport começou promissora. Apesar de não ter conseguido manter o técnico Sérgio Guedes, que fez um bom trabalho na Série A do ano anterior - mesmo não conseguindo evitar a queda -, o time segurou os principais jogadores. Começou o ano com Hugo, Cicinho, Roger, Magrão... Mas o técnico Vadão não conseguiu fazer o time deslanchar nem na Copa do Nordeste nem no Estadual. Caiu no início de março, após o empate com o Pesqueira. A volta de Sérgio Guedes deixou a impressão de que o time engrenaria. De fato, engrenou, mesmo tendo perdido Hugo no fim de março. Mas, na decisão do Estadual cruzou com o calo no sapato: a derrota na final para o Santa Cruz abalou a Ilha do Retiro. Mudanças eram necessárias. E algumas estrelas, entre elas, Cicinho, deixariam o time.

Além da paciência

Sérgio Guedes contava com o prestígio da diretoria do Sport e deu início à reformulação do elenco para a Série B. Mas não chegou até lá. Havia, no caminho, a Copa do Brasil. Após perder por 2 a 0 para o ABC no Rio Grande do Norte, o time foi derrotado na Ilha por 3 a 2. Guedes caiu. Nas vésperas do início da Série B, o auxiliar Gustavo Bueno assumiu. O sucessor, Marcelo Martelotte, no entanto, já assistia ao time. Via que teria muito trabalho pela frente.

Além da impaciência

Marcelo Martelotte conseguiu fazer o time crescer. Mas não conseguiu segurar o Leão no topo. Oscilando bons e maus momentos, resistiu até a estreia do time no segundo turno. A derrota para o Icasa, por 2 a 0, na Ilha do Retiro, em 7 de setembro, pôs fim à passagem de Martelotte no Leão. Neco assumiu em seu lugar como efetivo, segundo determinação do próprio presidente Luciano Bivar. Que foi demovido da ideia após mais uma derrota. O 4 a 2 para o ABC (de novo!) fez o time recorrer a um nome conhecido: Geninho.

Além da expectativa

Subir era esperado, sim. Mesmo com altos e baixos, o Leão chegou na reta final da Série B bem posicionado, dependendo apenas dos próprios resultados. O que os rubro-negros não esperavam era conseguir o acesso por antecipação. Na penúltima rodada, o Sport venceu o Boa Esporte por 3 a 2 e garantiu o acesso - precisava que Ceará ou Icasa perdessem e os dois perderam para Palmeiras e Chapecoense, respectivamente.

Além da genialidade

Ao escolher Geninho, a diretoria mostrou que a sua intenção era não inventar mais. Apostava num treinador com o perfil motivador para fazer o time jogar no limite. O resultado estava acima da qualidade. Mais uma vez, o time abusou na estratégia. Mesmo que ela não fosse aprovada pela torcida. Abriu mão de ir além da Sul-Americana, poupando alguns jogadores da partida de volta contra o Libertad. Abriu mão até da força da Ilha do Retiro, já que disputou o jogo na Arena Pernambuco.