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A nova diretoria do Sport: teto salarial, afastamentos e objetivo mais modestos

Três dos quatro dirigentes que vão comandar o futebol rubro-negro a partir de agora foram apresentados nesta quinta-feira no CT do Sport, em Paratibe

postado em 22/02/2018 18:31 / atualizado em 26/02/2018 17:45

Yuri de Lira/DP
Os novos homens fortes do futebol do Sport colocaram as cartas na mesa. Após dissolução da antiga direção, Guilherme Beltrão se apresentou nesta quinta-feira como novo vice-presidente do setor. Terá ao seu lado Leonardo Lopez e Júlio Neto, indicados por ele para a diretoria - o executivo de futebol Klauss Câmara chegará no sábado. No CT rubro-negro, o trio expôs suas diretrizes para o clube. Entre elas, a adoção de um teto salarial para novos contratados, o afastamento de jogadores que estejam desmotivados e um discurso mais modesto para a disputa da Série A de 2018.

No ano passado, a ideia inicial do Sport era a conquista de uma classificação à Copa Libertadores via Brasileiro. Objetivo traçado pelo clube, "abraçado" pelo elenco e pelo então treinador Vanderlei Luxemburgo, mas que não foi concretizado. Na prática, a luta do time foi contra o rebaixamento.

Beltrão garante que a meta estipulada agora no nacional é bem menos ousada “Eu sempre disse que Sport, Bahia, eventualmente vão estar no G6, como o Sport esteve em 2015. Vislumbro o Sport entre oitavo e 12º lugar. Isso com um otimismo exacerbado. Se o Sport ficar na Série A, vou estar muito feliz porque vamos ficar pelo sexto ano consecutivo”, declarou o agora vice de futebol.

O dirigente diz que está mais prudente em relação ao orçamento no elenco. Se antes o clube se dispôs a pagar salários que chegavam na faixa de R$ 300 mil, em sua gestão ele promete mais austeridade. Propõe um teto salarial, de valor não divulgado, para os novos reforços. “O Sport vai ter um teto salarial. Não podemos gastar em dois jogadores o que poderíamos gastar em seis. O Sport tem de voltar às suas origens na questão do futebol coletivo”, contou.

Afastamentos

Amparado por essa visão mais coletivista, o vice leonino garante que pode afastar peças do elenco que não estejam interessadas no projeto rubro-negro ou que não estejam lidando bem com a pressão. “Vai ter cobrança? Vai. Quem quer ficar, fica. Quem quer sair, vai embora. A porta da rua é serventia da casa. Quem quer ficar, tem que se envolver e buscar esse título pernambucano, mesmo em uma situação desfavorável. Essa é minha leitura. Não podemos ter o melhor time no papel e estarmos em quarto lugar. Isso é inaceitável.”

Numa possível reformulação, Beltrão não descarta até acionar peças da base se precisar. "Tem muito jogador que é bom, mas sente o peso. Se tiver de buscar atletas no Sub-20 com condições de jogar, é o que vamos fazer."


No contexto desse favoritismo - o orçamento do clube é muito maior que o dos seus adversários -, Beltrão acredita que será inaceitável perder o Estadual.” A principal cobrança hoje é os jogadores se conscientizarem que eles são a felicidade de dois milhões, três milhões de pessoas. E que se eles perderem o Pernambucano de forma bisonha, vão ficar desvalorizados no mercado”, disse.


Reforços

Reforços para o Estadual não virão, já que a janela de transferências da competição fechou na última segunda-feira. Mas Beltrão, que contratou o executivo de futebol Klauss Câmara para ajudá-lo, afirma que já tem nomes mapeados no mercado para o grupo. Nenhum deles muito caros, frisa. “O cara não vai fechar comigo de fevereiro para março. Vou ficar mapeando, mostrando os nossos conceitos. Muitos jogadores gostariam de jogar aqui, mas o perfil tem de ser do jogador que queira crescer no clube, mas que esteja dentro do orçamento do Sport”, relatou.