Diretoria do Sport fala sobre acusações de Nelsinho, admite pendências e nega 'terrorismo'

Pouco depois do técnico Nelsinho Batista tecer duras críticas à diretoria do Sport, foi a vez dos gestores do futebol se sentarem na sala de imprensa, na tarde desta quarta-feira. No discurso, o tom foi bem mais ameno. Eles admitiram atrasos de salários, a falta de pagamento do empréstimo de Carlos Henrique e que, a partir de agora, o clube não irá procurar mais treinadores de alto salário no mercado. Além disso, garantiu mudanças profundas.

O primeiro a falar foi o vice-presidente de futebol Guilherme Beltrão. Ele, que havia trabalhado com o próprio técnico Nelsinho Batista em 2008, na conquista da Copa do Brasil, revelou ter sido surpreendido com a postura do ex-comandante leonino.

"Recebemos com surpresa. Posso dizer que recebi um telefone dele via whatsapp perguntando se estaria no CT. Eu vim até porque o resultado foi de 1 a 1. Se tivesse vencido, iria fazer exames de rotina. O que me surpreendeu depois do telefonema foi que todos da imprensa me ligaram perguntando de uma coletiva que eu não fui comunicado. Nessa condição, acho que não deveria ter sido aqui. Deveria ter sido feita em qualquer outro lugar", declarou Beltrão.

"Sobre as declarações dele, não tenho muito o que comentar. Estamos aqui por causa de um fracasso da Copa do Brasil. A diretoria foi trocada depois do empate de 3 a 3. Não poderia faltar com a instituição que amo. Me senti obrigado de assumi-la", acrescentou.

Em seguida, Guilherme Beltrão prometeu mudanças maiores no clube. "Vamos ter algumas mudanças maiores do que essa que está acontecendo hoje. O clube está muito fragmentado. Vive de redes sociais. Pessoas que estão digamos no fogo amigo", assegurou.

"É verdadeira a afirmação de Nelsinho sobre salários. Tive conversa franca de que achava que Nelsinho não tem capacidade financeira de pagar um treinador como ele, Falcão, Oswaldo e outro que não quero falar (Vanderlei Luxemburgo)"

"O Sport hoje deve a CLT, que venceu no dia 5, a carteira, no dia 15. Alguns atletas têm créditos passados. Se for para o mercado brasileiro, se vê que é quase rigorosamente estar em dia. Não estou dizendo que vamos ficar acomodados em estar atrasados. Não podem distorcer minhas palavras. Estamos com dinheiro de Diego Souza bloqueado e créditos a receber. Também estamos dentro do turbilhão do futebol brasileiro desde 2013, com a inflação dos salários e aumento daquelas luvas de TV que vieram em 2016. O futebol brasileiro caminhou para um situação de dificuldade em função do crescimento absurdo as folhas salariais."

Se terrorismo for cobrança, tirar pessoas da linha de conforto, de internet, eu não posso fazer diferente." Entrevista sobre o treinador antes do jogo que foi citada pelo próprio Nelsinho Batista

(Leonardo Lopes):

"Eu já tive uma conversa com Nelsinho, onde a gente procurou ouvir cada um. Ele expôs as razões dele e nós a nossa. Chegamos no entendimento. As coisas passaram como se fosse um barril de pólvora prestes a explodir. Minha entrevista foi normal, inclusive reconhecendo o ídolo Nelsinho. Não foi áudio vazado. Vamos ter essa preocupação de ser transparante. Eu falei que tínhamos que ter preocupação especial com ídolo e disse que futebol é resultado, um clichê que todos falam.

Ganhou-se uma proporção muito maior. A situação não é cômoda para nós, é verdade. Temos a maior folha do estado, mas fomos eliminados do Pernambucano e tivemos eliminação dolorosa contra o Ferroviário. Tivemos coisas difíceis nesse momento e procuramos trabalhar.

A gente sabe que o time não estava rendendo e não vou entrar no mérito de quem estava devendo. Pelo profissional que a gente entende que ele é, Nelsinho não estava satisfeito com os resultados que vinham vindo, com a falta de títulos. Isso acabou sendo um somatório de coisas (até falar)."

Confira o depoimento do ex-técnico do Sport, Nelsinho Batista, antes de deixar o clube: