A situação ruim do Sport na temporada é causa e efeito de dois pilares básicos para a formação de um time. Com um elenco que não engrenou, a equipe rubro-negra sofre na defesa. Atualmente, é a pior da Série A ao lado do Vitória, com 49 gols sofridos. No entanto, o ataque leonino também é motivo de preocupação. Não à toa, os números atestam a força do problema. Ao lado do meia Marlone, o volante Anselmo, negociado com o Al Wehda, da Arábia Saudita, no último mês de junho, ainda é o artilheiro do time com sete tentos. Já em um contexto histórico, a versão do clube de 2018 tem a pior média de gols em relação aos últimos dois rebaixamentos no Campeonato Brasileiro.
A falta de um homem-gol e de um jogador capaz de criar, aquele típico meia, levou o Sport a uma situação de extrema delicadeza. Ameaçado de uma nova queda no Brasileiro e sem títulos na temporada, o Leão da Ilha tem mais nove jogos para tentar reverter parte do caos. A começar pelo duelo das 19h deste sábado, diante do Vasco, na Ilha do Retiro. O cenário, no entanto, mostra-se improvável. Neste ano, o Rubro-negro fez 44 jogos e balançou as redes em 49 ocasiões, com uma média de 1,11 gol por partida.
O número é inferior às últimas seis temporadas em que o Sport esteve disputando a Série A. Esse recorte inclui 2012 e 2009, quando o clube acabou rebaixado. Nessas duas ocasiões, as médias foram 1,35 gol e 1,64, respectivamente. Das temporadas mais recentes, só a de 2014 tem uma contagem próxima a da atual.
Na ocasião, foram 78 gols em 69 jogos (1,13 de média). No entanto, com um elenco mais equilibrado, foram levantadas as taças do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste, além de a equipe não ter entrado sequer uma vez na zona de rebaixamento da Série A, terminando a competição no 11º lugar.
Cadê o artilheiro?
Nos últimos três anos, o Sport se acostumou a ter atletas que definiam os jogos dentro do elenco. Artilheiro do time em 2015 e 2016, Diego Souza foi também o maior marcador da edição de 2016 da Série A, com 14 gols, ao lado de Wiliam Pottker (Ponte Preta) e Fred (Atlético-MG). Já no ano passado, André balançou as redes 16 vezes no Brasileirão, ficando com a vice-artilharia da competição e a condição de atleta que mais definiu no ano com a camisa rubro-negra.
Nesta temporada, o Sport se desfez da dupla. Como resultado, perdeu a referência técnica. Assim, fazer gol virou uma missão árdua. Somando os três principais marcadores do elenco de 2018, chega-se a 18 gols - sete são de Marlone e Anselmo e outros quatro são do meia Gabriel. No ano passado, por exemplo, André foi às redes 27 vezes.
Gols e artilheiros do Sport por temporada
Em 2018
44 jogos (faltam 9 jogos)
49 gols no ano
25 gols na Série A
1,11 gol por jogo no ano
Em 2017
80 jogos
111 gols no ano
46 gols na Série A
1,39 gol por jogo no ano
Em 2016
67 jogos
84 gols no ano
49 gols na Série A
1,25 gol por jogo no ano
Em 2015
73 jogos
110 gols no ano
53 gols na Série A
1,51 gol por jogo no ano
Em 2014
69 jogos
78 gols no ano
36 gols na Série A
1,13 gol por jogo no ano
Em 2012
67 jogos
91 gols no ano
39 gols na Série A
1,35 gol por jogo no ano
Em 2009
68 jogos
112 gols no ano
48 gols na Série A
1,64 gol por jogo no ano
Artilheiros do Sport
Em 2018
Anselmo (volante)
21 jogos
7 gols
Marlone (meia)
42 jogos
7 gols
Gabriel (meia)
39 jogos
4 gols
Em 2017
André (atacante)
67 jogos
27 gols
Diego Souza (meia)
55 jogos
21 gols
Rogério (atacante)
59 jogos
10 gols
Em 2016
Diego Souza (meia)
40 jogos
15 gols
Rogério (atacante)
27 jogos
8 gols
Túlio de Melo (atacante)
26 jogos
7 gols
Em 2015
Diego Souza (meia)
58 jogos
17 gols
André (atacante)
34 jogos
14 gols
Élber (meia)
55 jogos
12 gols
Em 2014
Neto Baiano (atacante)
49 jogos
15 gols
Patric (lateral)
57 jogos
11 gols
Felipe Azevedo (atacante)
54 jogos
9 gols
Em 2012
Marcelinho Paraíba (meia)
26 jogos
15 gols
Hugo (meia)
24 jogos
8 gols
Gilberto (atacante)
25 jogos
7 gols
Em 2009
Wilson (atacante)
29 jogos
11 gols
Vandinho (atacante)
27 jogos
8 gols
Fabiano (meia)
26 jogos
8 gols