COPA

Uruguaio compra ingresso, mas prefere assistir jogo contra a Inglaterra do lado de fora

Nino Liderman já foi a Olimpíadas, Copas Américas e ao Mundial da África do Sul. Sempre com ingresso. E nunca entrou. Não será desta vez no Itaquerão

postado em 19/06/2014 14:56 / atualizado em 19/06/2014 15:04


João de Andrade Neto
Enviado Especial

João Andrade/DP
São Paulo - Cada torcedor tem uma mania. Uma superstição. Mas talvez pouco com a do uruguaio Nino Liderman, de 58 anos. Devidamente fantasiado com posteres de seleções históricas da Celeste, o torcedor foi ao Itaquerão para o jogo contra a Inglaterra. Mas mesmo com o ingresso da partida, vai assistir ao jogo da estação de metrô próxima ao estádio. Tudo por conta de um ritual, que adotou há vários anos. Nino costuma seguir aos jogos, mas se recusa a assistir no meio da torcida. Já fez isso em confrontos de Libertadores (e torcedor do Peñarol), de Copas Américas, Olimpíadas e também na Copa do Mundo.

“Tenhos os ingressos das Olimpíadas de 1924 e de 1928, além da final da Copa de 1930 e 1950”, disse o torcedor, citando as quatro maiores conquistas do Uruguai. “Para mim, o futebol corre nas minhas veias. Sinto o clima da partida. Não preciso entrar no estádio para senti-lo”, afirmou, negando que a mania seja uma superstição. “Apenas gosto assim", resumiu.

Nino esteve em Fortaleza para a estreia do Uruguai na Copa, e além da partida do Itaquerão, também adquiriu ingressos para o último jogo da primeira fase, contra a Itália, em Natal. O torcedor disse que vai à capital potiguar. Mas, óbvio, ficará do lado de fora. “Irei também a final do Maracanã. Mesmo que o Uruguai não chegue lá. Será mais um ingresso que guardarei com carinho”, afirmou o torcedor, que também se orgulha de ter fotos com Pelé e Maradona.

“Já segui a Celeste no Mundial da África do Sul e nas Olimpíadas de Londres. Nunca entrei nos estádios”, garantiu. “A seleção para mim é tudo. Amo o futebol. Amo o Uruguai”

E perguntado sobre qual o maior jogador uruguaio que viu jogar, seu Nino mais uma vez foge das obviedades. Nada de Ghiggia, Obdulio Varela, Francescoli, Suaréz, Forlán ou Cavani. “Para mim, o maior de todo foi Paolo Monteiro (ex-zagueiro da Juventus). Era um jogador que honrava a camisa”, disse.