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REFENO 2015

Regata Recife-Fernando de Noronha tem vencedor gaúcho: fita azul para o barco Camiranga

Estreante venceu a regata após concluir o percurso com tempo de 22h43m40s

Antonio Henrique/Refeno
Sob o comando do capitão Samuel Albrecht e com 13 tripulantes, um veleiro do Rio Grande do Sul foi o primeiro a cruzar a linha de chegada, sagrando-se fita azul na 26ª edição da Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha. Após fortes ventos contra durante toda a travessia, o Camiranga foi recebido na Ilha com um espetáculo de golfinhos da praia do Boldró até o porto Santo Antônio. A embarcação concluiu o percurso de 298 milhas em 22h43m40s, um resultado e tanto para quem participou da Refeno pela primeira vez. “A recepção foi realmente fantástica. Vencer uma regata como esta na primeira prova do Camiranga já foi incrível e com a presença dos golfinhos, não tinha como ter sido melhor”, disse o comandante gaúcho.

Em terra firme, alguns familiares dos tripulantes à espera do reencontro. Ansiosos, eles tentavam encontrar a forma mais rápida de chegar até o barco, que estava a cerca de um quilômetro de distância da beira da praia. Luciana Comas, esposa do velejador Alejandro Comas, logo decidiu como faria para chegar até lá.Não teve dúvida. De biquini, pulou no mar e nadou cerca de 20 minutos até o veleiro. A reportagem do Superesportes, que saiu um pouco depois, de bote, não conseguiu chegar na frente.

A tripulação comemorou a chegada com um prato especial, preparado com peixe cru. Aos poucos, as mulheres dos tripulantes foram chegando e se juntando à grande festa a bordo do belíssimo barco, que foi construído há apenas um ano. Para o navegador, a travessia não foi nada fácil. Até porque, a tripulação foi conhecendo o barco ao longo do trajeto. “Tinha muito vento contra, o que tornou a navegação ainda mais difícil”, explicou Fabrício Stretpel.

A frustração de ficar pelo caminho

Sucesso pra uns, frustração para outros. Enquanto o Camiranga superou as expectativas e chegou em primeiro na ilha, sete embarcações tiveram problemas e precisaram abandonar a regata. Entre eles, três pernambucanos: o tetracampeão da Refeno Ave rara, o Patoruzu e o Carcará II. Além deles, o Fandango(AL), o Ivadel(FRA), Travessia (PB) e o Tiane, de São Paulo.

Para o Ave Rara, que ia em busca do pentacampeonato, uma surpresa. Ele, que há 16 edições da Refeno, sempre conseguiu chegar em Noronha, teve uma vela nova quebrada. Rasgada de ponta a ponta. Para o comandante Gustavo Peixoto, nada de ressentimento. “O barco estava indo muito bem. estávamos à 18 nós.O sentimento é de tristeza, nada de raiva. Isso acontece em regata. Estávamos sujeitos a passar por isso”, pontua.

Em sua segunda participação na Refeno, mais uma vez deu errado para o Patoruzu. No ano passado, líder, quebrou a vela ainda no início do percurso. Este ano, foi o leme, a apenas 98 milhas de Fernando de Noronha. De acordo com informações do velejador Ted Monteiro, pai de um dos tripulantes do trimarã, Rafael Monteiro, a embarcação seguiu para Natal. “Eles optaram em voltar. Consegui falar com eles apenas pelo rádio”, disse.