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Paulo Moura acredita que a "onda" trazida pelo título de Medina terá problemas no Recife

Histórico de ataques de tubarão na orla da cidade deixa os surfistas temerosos

postado em 05/01/2015 09:00 / atualizado em 05/01/2015 10:20

Felipe Bueno de Andrade /Especial para o Diario

Matheus Camarotti/Divulgacao
A adolescência dos surfistas da geração de Paulo Moura foi privilegiada. Ele surfava em Boa Viagem. Seu irmão caçula Caio, por exemplo, também surfa, mas só pôde apreciar as ondas no litoral longe da região metropolitana. Durante a década de 1990, Paulo dava os primeiros passos nas ondas e assistiu de perto ao crescimento do perigo trazido pelos ataques de tubarão na orla de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. “Senti muito o início dos ataques. Vi o primeiro em 1992, com um bodyboarder amigo meu, Eduardo Cruz, e perdi alguns amigos. Outros perderam braço, perna…”

Antes dos pernambucanos temerem a água, as praias da capital eram também um espaço para a prática da modalidade, sendo cenário de torneios e, principalmente, do início para praticantes. “Foi muito importante para eu me profissionalizar, porque tinha uma galera pegando onda junto e a gente ficava competindo. Tinha campeonatos nos clubes de surfe do Acaiaca, de Piedade…”

Paulo acredita que a ‘onda’ trazida pelo título de Medina vai enfrentar dificuldades no Recife, já que o surfe é forte no litoral sul, mas longe do grande público da capital. Para resolver definitivamente o problema dos ataques, ele acredita que ainda seja necessário muito tempo e estudos. Ele cogita que as redes de proteção como uma opção a curto prazo. “A rede ia tornar Boa Viagem de novo um lugar muito legal para praticar esportes, principalmente o surfe. Criar áreas protegidas para o banho colocaria Boa Viagem de novo no roteiro do turismo e do esporte”, comentou Paulo.