Goleira Renata Arruda, de apenas 16 anos, é convocada por Morten Soubak

O primeiro contato que a pernambucana Renata Arruda teve com o atual treinador da seleção brasileira de handebol adulto, o dinamarquês Morten Soubak, foi há dois anos, enquanto disputava a Copa Nordeste de seleções, em Fortaleza/CE. Ao pedir uma foto ao lado do técnico, a goleira, de apenas 16 anos, levou logo um 'puxão de orelha'.

 

"Ele disse que poderia sim tirar a foto, mas ressaltou que eu estava lançando só para um lado e que poderia fazer a mesma coisa para o outro", relembra Renata. Quase dois anos depois, a atleta irá manter novo e mais duradouro contato com Morten. A partir desta quinta-feira, a jogadora do Português/Aeso participa de cinco dias de treinamento com a seleção, em São Caetano do Sul, São Paulo.

E pensar que Renata deixou sua primeira convocação para a seleção principal 'mofando' na caixa de entrada do seu email por dois dias. Como não houve retorno da atleta, a supervisora do Brasil, Rita Orsi, entrou em contato com a goleira. "Não abri meu computador por dois dias e foi justamente quando eles me mandaram o email (risos!). A convocação saiu no último dia 6 e somente no dia 8, Rita Orsi me chamou pelo whatsapp e pediu para que checar meu email. Ela só pediu para eu não desmaiar, cair e me machucar, depois de ler a notícia", conta a jogadora.

A surpresa foi tanta que a filha caçula da funcionária pública Wilka Arruda quebrou a porta do banheiro. "Essa menina ficou doida! Ela é muito esforçada e batalhadora. Gosta muito mais do handebol do que dos estudos. Com dez anos, ela só queria saber de rua. Jogar bola. Saia migrando depois da aula. Ia do Imaculado Coração de Maria para o Souza Leão e depois para o Santa Emília. Somente no final da tarde, ela retornava para o treino no Imaculado", entrega Wilka.

Foi no Imaculado Coração de Maria, localizado em Bairro Novo, Olinda, que Renata Arruda conheceu a modalidade. Na verdade, os primeiros passos na quadra da escola foram dados no futsal. Só depois, ela migrou para o handebol. "Eu jogava de ala no futsal. Mas em 2009, meu treinador Ney Carvalho (profissional importante na arte de revelar atletas de handebol, no estado), me chamou para disputar uma competição de handebol, em Campina Grande/PB. Ele disse que precisa de alguém grande para agarrar. Fui e voltei da competição com a medalha de melhor goleira da competição e o título de vice-campeã. Desde então, troquei de esporte", conta Renata Arruda.

No segundo semestre de 2012, a goleira recebeu o convite para vestir a camisa da equipe do Português. Para isso, precisou trocar a escola olindense pelo Colégio Anglo, parceiro do clube luso. "Tive que escolher. E como queria disputar o Brasileiro mirim, meu técnico na época, Diego, disse que precisava mudar de escola", explica a atleta. Neste mesmo ano da mudança, Renata conquistou a medalha de bronze no Nacional mirim, disputado em João Pessoa. No ano seguinte, mais dois bronzes no currículo: Jogos escolares Nacionais e Brasileiro da categoria cadete.