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MUNDIAL DE SURFE

Ian Gouveia fala sobre a sua experiência no CT e a expecativa para a etapa do Rio

Surfista brasileiro conversou com o Superesportes antes do início da etapa de Saquarema, que começou bem para ele, que avançou no round 1

postado em 09/05/2017 18:49 / atualizado em 09/05/2017 18:48

Kelly Cestari/WSL

A etapa brasileira da Liga Mundial de surfe começou nesta terça-feira, com três brasileiros avançando no primeiro round. Entre eles, o pernambucano Ian Gouveia. Estreante na elite, ele conversou com o Superesportes antes de cair nas ondas do rio de Janeiro. Falou sobre o que viveu e aprendeu nas praias australianas de Gold Coast, Margaret River e Bells Beach, sedes do início da temporada. Sempre sorrindo entre uma resposta e outra, sem mostrar preocupação por ainda não ter ultrapassado a barreira das terceiras baterias, Ian falou um pouco sobre a expectativa para a etapa brasileira, a bateria que dividiu com a lenda Kelly Slater e até sobre Fernando de Noronha.

Como você avalia o seu desempenho na “temporada australiana”?
Apesar de não ter nenhum resultado expressivo, foi bom para ver o que é o CT. Entrar no circuito e me acostumar com tudo, com as contas, os espectadores, os olhares do mundo inteiro. Lidar com crítica e elogios também.

Teve alguma etapa mais especial do que as outras?
Gostei das baterias que surfei. Acho que fui muito bem na etapa de Margaret (River, segunda do ano). No terceiro round, estava vencendo e o Owen (Wright, surfista australiano) conseguiu virar no fim da bateria. Acho que foi a minha melhor etapa.

Mudaria alguma coisa nas baterias que disputou?
A gente sempre tenta consertar algo, nunca estamos conformados. No CT temos que estar 120%. Não pode entrar preparado para tirar dois setes. Tem que tirar dois noves porque os caras são os melhores do mundo. Tem que saber também analisar as ondas e ver o que os juízes estão querendo.

Como foi competir contra Kelly Slater (11 vezes campeão mundial)?
Competir com o Kelly foi muito maneiro, apesar de não ter sido uma bateria homem a homem. Já tinha disputado bateria com ele no WQS (encontraram-se no Hawai in Pro, em novembro de 2016, na terceira fase, e Ian ficou na quarta posição da bateria que Slater venceu) e tomei outra lavada (risos).

Conversaram?
Não nos falamos durante a bateria, mas depois, em alguns freesurfs (áreas livres para surfar), nos encontramos e conversamos. Ele lembrou do tempo em que disputava com o meu pai e até falou do meu irmão.
Kelly Cestari/WSL

O que espera das próximas etapas do campeonato? Algo especial para a etapa do Brasil, no Rio de Janeiro?
A expectativa para as próximas etapas é a melhor possível. Estou ansioso para que chegue logo a etapa do Rio (de Janeiro) para surfar no Brasil e sentir a empolgação da torcida. Vai ser legal competir em casa e ter a família toda assistindo. Nunca competi em um evento desse tamanho no Brasil. Vi outras etapas no Rio e achava aquilo maravilhoso. Especialmente em 2015, quando o Filipinho (Filipe Toledo) venceu. Espero que Saquarema esteja lotado.

Acredita que um dia o Nordeste poderia receber uma das etapas do CT? Se recebesse, que praia você escolheria?
Uma etapa do CT no Nordeste sempre foi um questão a se pensar. O Nordeste tem um dos melhores lugares do Brasil de onda e o mais bonito, que é Noronha. Noronha é o lugar que tem a melhor onda no Brasil, para mim. O que pode impedir esse campeonato de ser em Noronha é que as ondas boas são de janeiro a março. Por isso eles não devem pensar nisso. Eles já têm esse calendário de início na Austrália e não imagino mudando. Se rolasse, muita gente ficaria feliz. Noronha é uma das maravilhas do mundo.