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JIU-JITSU

No sábado, lutadoras de Jiu-Jitsu promovem o encontro "Sem Bandeiras", em Piedade

Aberto ao público, o "treinão" tem o objetivo de inspirar outras mulheres para a prática do esporte e quebrar o preconceito da presença feminina no tatame

postado em 10/08/2017 20:06 / atualizado em 12/08/2017 17:22

 Divulgação/Carla Benevides
A arte marcial normalmente é associada a uma prática masculina. Assim como as demais lutas, o Jiu-Jitsu sofre com esse estigma de que lugar de mulher não é no tatame. Para quebrar esse tabu, lutadoras do estado resolveram deixar a rivaldade das bandeiras de lado para organizar um "treinão" chamado de "Sem Bandeiras", que acontece neste sábado, das 10h às 14h, no salão principal da Paróquia Anglicana do Espirito Santo, no bairro de Piedade, Jaboatão dos Guararapes. São 20 equipes e 120 inscritas que vivem na capital, mas também em Garanhuns, Pesqueira e Caruaru. O evento é aberto ao público.

A autora da iniciativa, a campeã mundial de jiu-jitsu, Carla Benevides Freira, mostrou-se entusiasmada sobre o primeiro evento feminino da modalidade no estado. "O objetivo não é só reunir profissionais do esporte, mas inspirar outras mulheres. Queremos mudar essa visão de que o jiu-jitsu é para homens. Muitas  têm até interesse, mas acabam desistindo por causa desse preconceito. No evento, vamos contar com a presença de mães, adolescentes, casadas e solteiras. Elas vão ter a oportunidade de conhecer mais sobre o esporte e também ter momentos de inspiração com as nossas atletas e treinadoras", explicou Carla.

Defesa Pessoal

A também campeã absoluto Internacional Master América frisou a importância de toda mulher está preparada para se defender, principalmente diante dos altos índices de violência, no estado e país. Carla ressalva que a defesa pessoal deve ser trabalhada juntamente com um profissional para que se entenda a maneira e em que momento a arte deve ser utilizada.

"Quando um homem sabe que podemos nos defender, dificilmente ele nos agredirá. A gente aconselha sempre para não reagir em casos de assalto, por exemplo. Até por que estamos colocando a nossa vida em risco. É essencial treinar com alguém habilitado no esporte. Ele vai mostrar o jeito certo de conduzir uma situação, sem machucar, mas apenas como proteção. Recentemente, três colegas estavam em um carro que foi roubado à mão armada, mas nenhuma reagiu. Justamente por estar ciente do risco. A arte praticada corretamente também é um benefício no controle da ansiedade e adrenalina", explicou.

Com apenas três mulheres detentoras das faixas pretas no estado, o presidente interino Ari Queiroz têm esperanças de que eventos como o "Sem Bandeiras" despertem cada vez amis a inclusão feminina na modalidade. "Depois de sábado, acredito que em breve teremos mais meninas lutando. Existe um tabu nas artes marciais. A minha esposa é praticante, mas muitos homens não querem deixar suas mulheres nesse meio por puro machismo. Quando o jiu-jitsu começou não tinha essa organização que temos hoje. Além do preconceito, sempre houve muita briga entre os grupos e outras academias. Hoje, elas dão exemplo com essa união", declarou.