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CONSCIÊNCIA NEGRA

Todos por todos: atletas engajados em causas raciais fazem história além de data simbólica

Um dos últimos casos racistas com repercussão mundial, também entre profissionais esportivos, foi o da morte do afro-americano George Floyd

(Foto: Reproduções)
O Dia da Consciência Negra é celebrado nesta sexta-feira no calendário. Mas na vida de muitos atletas essa é uma causa diária, um lembrete que aparece a todo instante em suas rotinas, já que a discriminação racial atinge os mais diferentes âmbitos da vida humana. Acadêmico, familiar, social e até mesmo o trabalhista. Com o esporte, não é diferente. Num cenário onde a competição é natural e necessária, sobreviver com dignidade também se torna um “alvo” a ser alcançado. Um objetivo a ser conquistado. Como se fosse questão de merecimento e privilégio, não um direito. E para reafirmar seus espaços, atletas de todo o mundo, e das mais diversas modalidades, protagonizam episódios em defesa da luta. Deles e de todos. Para além do mês de novembro.

Um caso que ganhou repercussão mundial acerca da temática do racismo foi a morte do afro-americano George Floyd, onde um policial branco o imobilizou com um dos joelhos em seu pescoço. Essa, por exemplo, foi uma das muitas vezes em que o piloto da Fórmula 1, Lewis Hamilton, usou suas redes sociais para protestar o acontecimento. E não ficou só nisso. Também cobrou posicionamento dos seus companheiros e refletiu sobre o “esquecimento” do caso por parte de outros pilotos. Hamilton ainda esteve presente em atos de protestos nas ruas e usou do ambiente da F1 uma “vitrine” para chamar atenção das autoridades.

Um outro esportista com destaque na causa de combate ao racismo é LeBron James, do basquete. O jogador comumente aparece em suas redes sociais para abordar casos de racismo. Neste ano, além de Floyd, o caso de Ahmaud Arbery, de 25 anos, foi destacado pelo atleta. O jovem negro, vítima da vez, foi assinado a tiros por dois homens brancos, após uma perseguição.

Há três anos, inclusive, o jogador LeBron teve os muros da sua casa pichados com ofensas raciais. Algo que também faz o atleta se posicionar até os dias de hoje e gerar reflexões sobre como os negros são vistos dentro da sociedade, independentemente de sua classe social.

No futebol nacional, a situação não é diferente. Apesar de mundialmente conhecido por “país do futebol”, o Brasil é também um dos principais lugares que servem de palco para os casos de racismo acontecerem. Uma das principais causas dessa sequência é a falta de punição por parte das autoridades responsáveis. Segundo dados do Observatório da Discriminação Racial no futebol, até o mês de agosto deste ano, em torno de 15 vezes o futebol brasileiro serviu de palco para episódios racistas. Um reflexo da sociedade, que ainda segundo levantamentos anuais do Observatório, está longe de ser erradicado, ou até mesmo diminuído. Um ciclo. Até quando?