Telianas severinas
Uma visita ao passado de Teliana Pereira, a melhor tenista do Brasil na atualidade
Superesportes foi ao povoado de Barra de Tapera, onde nasceu a atleta pernambucana, e se deparou com o seu futuro caso tivesse ficado no Agreste
postado em 11/08/2013 08:00 / atualizado em 11/08/2013 17:02


Uma castração do sonho ao qual todos, em Barra de Tapera, estão acostumados. E não é somente o sonho de ser atleta. Mas também de ter uma profissão. Aspirantes a jogadores, “doutores” e outras vocações acabam assumindo papeis que lhe cabem, que lhe restam. “Muita gente diz que eu deveria ser modelo, mas a gente não tem as condições pra isso. O tempo vai passando, aí quando vai ver, já estamos dentro de casa, cuidando dos filhos”, lamenta Taciane dos Santos, prima da tenista. “Quando a seca aperta tem bastante gente que não aguenta e acaba indo tentar se virar em Caruaru, no Recife, Maceió ou no Sul”, acrescentou.
Quem aguenta, fica e aceita o destino. Há também quem deixe o local em busca dos sonhos e acaba voltando. “De vez em quando volta um arrependido por ter vendido o pouco que tinha pra tentar a vida no sul. Volta com menos do que saiu”, conta dona Tina, 87 anos, que passou a vida inteira em Barra de Tapera, vivendo a única vida à qual foi apresentada. Fala feliz porque a neta Teliana conseguiu trilhar outro caminho. “Ela me conta que já conheceu o mundo inteiro jogando. Uma menina que saiu daqui da Tapera conseguir viajar o mundo inteiro. Isso é uma coisa maravilhosa, né?” É.
