Futebol Nacional

TRAGÉDIA

Esposa de Cléber Santana consola mãe do atleta durante cremação: "Não queria ver chorando"

Jogador era muito querido e muita gente foi ao Morada da Paz para o último adeus

postado em 04/12/2016 19:50 / atualizado em 04/12/2016 20:57

Igor Bione/Esp.DP
Uma despedida carregada de emoção e música. Foi assim que a família, parentes e amigos deram o último adeus ao jogador Cléber Santana, neste fim de tarde, no cemitério Morada da Paz, em Paulista. Em uma cerimônia mais reservada, a esposa do jogador, Rosângela Loureiro, 32, assumiu o papel de anfitriã e, apesar da dor estampada em seu semblante, procurou consolar a todos. Principalmente, a sogra, Marinalva, que passou boa parte do tempo sentada, inerte, recebendo carinho do filho caçula, Cleibson Santana, de 27 anos.

"Ele (Cléber) não gostaria de ver a senhora chorando. Ele estava muito feliz. Ficava me dizendo que queria fazer história com a Chapecoense. E ele fez muito melhor e maior. Fez uma história para o mundo todo ver", declarou Rosângela, que entre um consolo e outro, alisava o caixão e parecia conversar com o marido, com que iria comemorar 15 anos de casamento no próximo dia 20.

Antes do trágico acidente, Cléber Santana já havia aberto contagem regressiva para visitar os familiares na capital pernambucana. Era isso que ele fazia durante as férias de fim de ano. Corria para os braços da mãe, irmão e amigos. Muitos amigos. E esses companheiros de longa data estiveram presentes ao sepultamento. Uma banda musical - Balanço Black - que recebeu ajuda financeira do atleta, protagonizou um dos momentos mais emocionantes da cerimônia de despedida. Eles entraram na capela C, entoando a música "A Amizade", do Fundo de Quintal. O choro foi geral.

"Vou guardar todos os ensinamentos que ele me passou. E isso foi desde os 12 anos, quando meu pai morreu. Ele assumiu esse papel. Na última vez que nos falamos, ele comentou que dia 18 estaria aqui para a gente fazer nossa tradicional pelada. E ainda iríamos brindar o título da Chapecoense", comentou Cleibson.

O cortejo que saiu da Ilha do Reiro, trazendo o corpo chegou pouco antes das 17h ao Morada da Paz. POuco antes das 17h, ocorreu a cremação, onde somente a família e poucos amigos tiveram acesso.