Futebol Nacional

FUTEBOL PERNAMUCANO

Retrospectiva: após quedas, Sport e Náutico ressurgem; Santa tem ano para esquecer

Rebaixados em 2017 e 2018, Timbu e Leão reagiram com acessos; apesar de boa campanha na Copa do Brasil, Tricolor fracassou nos principais torneios

postado em 24/12/2019 15:45 / atualizado em 24/12/2019 15:45

(Foto: Paulo Paiva/ DP Foto (esquerda e centro); Tarciso Augusto/ DP Foto (direita))
Depois de dois anos seguidos com dois rebaixamentos para o futebol pernambucano, 2019 ficou marcado pela redenção. Em campanhas sólidas, brigando pela classificação desde o início dos campeonatos, Sport e Náutico concretizaram seus objetivos e garantiram seus acessos. Com isso, o Leão retornará à Série A logo após a queda, enquanto o Náutico sai da Série C após dois anos, com a taça debaixo do braço.

O Sport começou o ano ciente das dificuldades financeiras que enfrentaria, e, dentro de campo, a situação também não começou bem. Milton Cruz caiu após apenas sete jogos, mesmo tempo que bastou para Magrão ir para a reserva - e nunca mais voltar. As mudanças, porém, deram resultado e o time, com Guto Ferreira e Mailson, engrenou para vencer o Pernambucano, e fazer uma Série B estável. Na campanha o Sport bateu seus recordes de mais empates (17), mais pontos (68) e menos derrotas (4), esteve no G4 nas últimas 21 rodadas e garantiu o acesso em uma virada sobre a Ponte Preta, na 37ª rodada.



No Náutico, a troca de Márcio Goiano por Gilmar Dal Pozzo veio já com três rodadas de Série C. O mau começo foi revertido, o Timbu cresceu, se classificou com duas rodadas de antecedência e fechou a primeira fase eliminando o Santa Cruz e tomando a liderança do grupo. As quartas, contra o Paysandu, foram decididas nos Aflitos, em ano da reabertura. Em breve, o jogo poderá ser “lembrado” com a final, após ser eternizado pelo polêmico pênalti e a invasão. Na semifinal, mais uma vitória nos pênaltis, sobre o Juventude. A final, contra o Sampaio Corrêa, foi mais folgada e garantiu o primeiro título nacional do Náutico.


Com as duas promoções, Pernambuco volta a ter representantes em todas as divisões do futebol brasileiro, algo que não acontecia desde 2017. Além disso, 2020 será o terceiro ano em que os representantes do Trio de Ferro ocupa três divisões diferentes, algo que só havia acontecido em 1999 e 2013, mas nunca na formação que veremos agora, com Sport na A, Náutico na B e Santa Cruz na C.

O 42º TÍTULO DO SPORT


O Pernambucano de 2019 foi ilhado. Disputado em um regulamento inédito que não volta para 2020, o estadual começou marcado por uma polêmica. Por escalação irregular, o Flamengo de Arcoverde perdeu 13 pontos em uma disputa judicial que durou todo o campeonato e acabou no rebaixamento do Tigre, ao lado do tradicional América. Na outra ponta da tabela, o 42º título do Sport, que voltou a erguer a taça após dois anos.

O ano rubro-negro começou conturbado. O Sport perdeu a estreia, justamente para o Flamengo, cinco jogos depois foi eliminado da Copa do Brasil em uma goleada para o Tombense e, na sequência, perdeu para o Santa Cruz, no último jogo do ídolo Magrão com a camisa leonina. A derrota também marcou a saída de Milton Cruz. Depois, o Sport venceu tudo que restava na primeira fase, assumindo a liderança na penúltima rodada.

Nas quartas, 4 a 0 sobre o Petrolina. Na mesma fase, acabava o estadual para o Santa, eliminado pelo Afogados, que conseguiu vaga inédita na Série D e na Copa do Brasil. Na semi, o Sport fez 3 a 1 sobre o Salgueiro. Na final, contra o Náutico, uma vitória pelo placar mínimo na ida e uma derrota de virada na volta levaram a decisão para os pênaltis. Mas, ao fim, o Leão rugiu mais alto e o clima de “tome no timbu” tomou conta da Ilha do Retiro.

ANO CORAL PARA ESQUECER
(Foto: Leandro de Santana/ DP Foto)


O ano de 2019 é mais um ano para ser apagado da história do Santa Cruz. Apesar de poder dizer pela primeira vez que tem um CT e de levantar debates importantes sobre uma reestruturação no estatuto do clube, a cobra coral não teve muito o que comemorar dentro de campo. A temporada coral, resumida, teve apenas 44 jogos, número baixo ao ponto de ser quase igual ao de atletas que vestiram a camisa tricolor no ano, 40.

No Pernambucano, a eliminação para o Afogados nas quartas deixou o Santa na 5ª colocação, com apenas 10 jogos. Quando valia dinheiro, ao menos, o Santa conseguiu ir melhor, juntando R$ 6,81 milhões de cotas nas copas. Na Copa do Brasil, passou por Sinop, Náutico (com cota dividida) e ABC, caiu para o Fluminense e viu Pipico ser artilheiro. No Nordestão, tirou o CRB nas quartas e caiu nas semis para o campeão Fortaleza.

A Série C, porém, foi a grande desilusão do ano. Após um mau começo com Leston Júnior, Milton Mendes chegou engatando vitórias e jogando o clube para a zona de classificação. Com a virada de turno, porém, o Santa saiu dos trilhos e só venceu mais dois jogos, fechando na sétima colocação do grupo e 13ª geral. Após a eliminação, o calendário se resumiu à Copa Pernambuco. O título veio, mas sem significar completamente nada.