Futebol Nacional

CAMPEONATO PERNAMBUCANO

Veja como foram os anos que encerraram as últimas décadas no futebol pernambucano

Linha do tempo resgata momentos da trajetória dos clubes do estado

postado em 02/01/2020 08:09 / atualizado em 01/01/2020 22:20

(Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press
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A década atual só termina no dia 31 de dezembro. Mas o fim de 2019 marcou o início dos “anos 20”. É uma espécie de novo ciclo, que costuma marcar a história do esporte pernambucano. O Superesportes volta no tempo para relembrar como foram os últimos inícios destes ciclos, marcados por títulos e acessos, mas também por campanhas ruins.

2010

Não precisamos forçar muito a memória para lembrar de 2010, ano que marcou o pentacampeonato pernambucano do Sport, que vivia uma fase soberana no estado e sonhava com a possibilidade de igualar a marca alvirrubra de seis títulos consecutivos. A esperança, porém, esbarrou no Santa Cruz, que engatou o três campeonatos e terminou como maior campeão pernambucano da década, com cinco títulos.

Na Copa do Nordeste, que retornava ao calendário após sete anos, campanhas intermediárias para Náutico e Santa Cruz e título para o Vitória. A Copa do Brasil teve Sport e Santa chegando à terceira fase, quando foram eliminados por, respectivamente pelos Atléticos Mineiro e Goianiense. O campeão foi o Santos. O ano ainda teve a Copa Pernambuco, vencida pelo Santa Cruz.

O Brasileirão daquele ano não teve representantes pernambucanos na elite, vencida pelo Fluminense. Sport e Náutico ficaram em 6º e 13º na Segunda Divisão e não conseguiram o acesso. A novidade, porém, ficava a cargo do Salgueiro, que, após superar o Paysandu nas quartas de final da Série C, conseguiu o inédito acesso à Segundona. Para o Santa Cruz, o segundo ano na Quarta Divisão terminou com eliminação precoce, ainda na segunda fase, frente ao Guarany de Sobral.

2000

Se 2010 encerrou um ciclo vitorioso de um Sport pentacampeão estadual, 2000 não foi diferente. O título pernambucano foi o quinto consecutivo de uma das gerações mais vitoriosas do Leão. A sequência acabou interrompida por um triunfo do Náutico, que protegeu sua marca exclusiva. Aquele campeonato marcou, também, o último ano do Íbis na elite pernambucana.

A Copa do Nordeste vivia, ali, sua quinta edição e o título voltava para Pernambuco pela segunda vez. O Sport se sagrou bicampeão, superando o Vitória na final. Na Copa do Brasil, participações tímidas, com eliminação rubro-negra na primeira fase, enquanto alvirrubros e tricolores se despediram ainda na segunda jornada. O ano ainda teve a Copa dos Campeões, entre os melhores times dos campeonatos regionais, que terminou com o Leão vice-campeão, perdendo a final para o Palmeiras. Na Copa Pernambuco, vitória para o Manchete.

Em um ano excepcional, o Campeonato Brasileiro virou Copa João Havelange e o Sport terminou o Módulo Azul (1º nível) como vice-campeão, atrás apenas do Cruzeiro. O Santa Cruz foi 25º e lanterna do Módulo. No Módulo Amarelo (2º nível), o Náutico caiu na segunda fase, ficando entre os oito melhores, enquanto o Central foi à terceira fase do Módulo Verde e Branco (3º nível), também entre os oito melhores. O Porto caiu na primeira fase desse Módulo. Ao final, com os Módulos levando os melhores clubes para o mata-mata do título brasileiro, o Sport encerrou o Brasileiro em 5º lugar.

1990

Para abrir o último ano da década, nada como um Campeonato Pernambucano recheado de polêmicas. A final foi decidida entre Santa Cruz e Sport. No jogo de ida, na Ilha do Retiro, os tricolores venceram por 1 a 0. Assim, precisavam de um empate, no duelo de volta, no Arruda, para ficarem com a taça. Mas o Leão ganhou a partida por 1 a 0 no tempo normal, forçando a decisão para a prorrogação. Aos três minutos do segundo tempo da prorrogação, o zagueiro Márcio Alcântara marcou um gol para o Sport, mas o lance foi anulado pela arbitragem, que acusou impedimento. O lance foi muito contestado pelos jogadores rubro-negros (e ainda hoje repercute), mas a partida foi reiniciada e, com o empate em 0 a 0 na prorrogação, os corais ergueram a taça. Foi o 21º título na história do Santa Cruz.

Àquela época, não havia Copa do Nordeste ou Copa Pernambuco, mas a Copa do Brasil vivia seu segundo ano. Uma temporada após o vice-campeonato do Sport no torneio, a boa campanha pernambucana ficou a cargo do Náutico, que só foi eliminado na semifinal, pelo campeão Flamengo.

No campeonato nacional, o Náutico foi ao meio de tabela e fechou o Brasileirão em 13º. Na Série B, o Sport fez uma grande campanha e chegou à final, na qual superou o Athletico Paranaense e saiu com o título. Santa Cruz e Central tiveram campanhas mais modestas e foram eliminados na primeira fase. A Série C, que ainda dava seus primeiros passos, ainda teve as participações de Estudantes, de Timbaúba, e América, eliminados na primeira fase.

1980

Em épocas que o futebol brasileiro era pensado de uma maneira completamente diferente, o estadual tinha um peso quase igual ao Brasileiro, que só tinha ganho esse nome há nove anos. Em um estadual disputado por sete times do Recife, dois de Caruaru e um de Serra Talhada, e que se estendia por todo o segundo semestre, o Sport venceu o primeiro e o terceiro turno do pernambucano, enquanto o Santa Cruz venceu o segundo. Na final, vitória rubro-negra, que iniciaria uma sequência para o tricampeonato.

Em 1980, ainda não eram disputadas as principais copas que conhecemos atualmente, mas o cenário estadual ainda era movimentado pelo Torneio Início, disputado em apenas um dia, na abertura da temporada. Naquela, que foi a penúltima edição, 14º e último título do Náutico.

Em nível nacional, 1980 marcou o início do esquema de promoção e rebaixamento no Brasil. O Sport começou o ano jogando a Série B, mas conseguiu o acesso para disputar a elite ainda naquele ano, mas acabou, junto a Náutico e Santa Cruz, sendo eliminado na segunda fase do Brasileirão. Na Segundona, o Central foi eliminado ainda na primeira fase.

1970

Como se não fosse estranho o suficiente o Brasil ser, apenas, bicampeão da Copa do Mundo, a estrutura do futebol brasileiro ainda não tinha um Campeonato Brasileiro bem definido, mas a Taça Roberto Gomes Pedrosa, hoje unificada como título nacional.

Mais do que em todas as décadas seguintes, o campeonato estadual valia tudo, mas a disputa era quase um campeonato recifense, com apenas o Central representando o resto do estado. No primeiro turno, vitória tricolor; no segundo, alvirrubra. Nas finais, duas vitórias para o Santa e um empate e o 11º título pernambucano do Santa Cruz, o segundo de uma série pentacampeã. O torneio início foi vencido pelo América, em seu 11º e último título.

O único representante pernambucano na Roberto Gomes Pedrosa foi o Santa Cruz, credenciado pelo campeonato estadual recém-conquistado. Ao final, o clube foi eliminado na primeira fase e ficou com a 12ª colocação.