Futebol Nacional

OPINIÃO

Coluna de Fred Figueroa: O fantasma de 2018 e o milagre de 2016

Colunista do Superesportes comenta bom início do Sport no Campeonato Brasileiro, mas alerta para exemplos do passado

postado em 26/09/2020 12:37 / atualizado em 26/09/2020 12:59

(Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo)
O acompanhamento e as projeções em torno de uma campanha no Campeonato Brasileiro inevitavelmente passam pela busca de parâmetros, exemplos e lições de anos anteriores. Longe de serem referenciais precisos. Na verdade, esse resgate do passado muitas vezes funciona como um Norte ou mesmo um peso extra de equilíbrio na balança de expectativas e frustrações. Quando um time larga muito mal, por exemplo, é comum pesquisarmos exemplos históricos de reação com clubes que tinham a mesma faixa de pontuação na mesma rodada. E, quando tem um início acima da expectativa, uma espécie de ímã também nos puxa para mais uma vez o passado equalizar o presente. 

É justamente o que começa a acontecer com o Sport. A troca de treinador mudou a faixa de classificação da equipe. Um salto surpreendente das últimas colocações para a sétima posição - com chance factível de terminar a rodada no G6. Mas essa sequência positiva ainda não foi suficiente para mudar a perspectiva de campeonato do clube pernambucano. Considero, ainda, uma visão mais realista do que necessariamente pessimista. E parte dessa sensação comum está justamente no roteiro do último rebaixamento. Em 2018, depois de 12 rodadas, o Sport tinha 19 pontos (dois a mais que agora) e era também o sétimo colocado. 

Por ironia do destino, a “virada de chave” daquela campanha começou justamente depois da 12a rodada - quando aconteceu a paralisação para a Copa do Mundo. Foram 36 dias de intervalo entre o empate com o Grêmio na Ilha (0 a 0) e a derrota para o Ceará por 1 a 0 fora de casa. A perda de Anselmo foi muito sentida, assim como a incapacidade do técnico Claudinei Oliveira em voltar atrás em uma série de decisões erradas. De um time com perfil defensivo antes da Copa, o Sport tentou mudar de estilo e saiu do eixo. Para se ter uma ideia, só voltou a pontuar na rodada 17, com um gol no último minuto diante da Chapecoense. E foi o único ponto em longas 10 partidas. 

Por mais que se reconheça alguns pontos em comum (a coincidência da rodada e posição e o estilo defensivo do time), as diferenças são consideráveis. Do perfil mais sólido do treinador à situação de salários agora equalizada. Sem falar na curva de crescimento mais ascendente e na própria lição aprendida dois anos atrás. O “fantasma de 2018” não deve assustar e sim, ensinar. 

O “milagre” de 2016 

Existe um outro parâmetro que pode ser trazido para o debate. E que foi justamente o que pesou na escolha do Sport por Jair Ventura: O Botafogo de 2016. Na rodada 12, o alvinegro então comandado por Ricardo Gomes era o 18o colocado com 12 pontos. Quando Jair assumiu, na rodada 21, o Botafogo tinha 20 pontos. Terminou com 59 na sexta colocação e com vaga na Libertadores.