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Autossustentável e com resgate da identidade: o que o Náutico planeja para o novo Aflitos

Em entrevista ao Superesportes, presidente de comissão detalha pontos do projeto e as etapas necessárias para o Timbu voltar a mandar jogos no estádio

postado em 22/02/2018 10:24 / atualizado em 22/02/2018 12:06

Divulgação/voltandopracasa.com.br
Um dos maiores desejos dos alvirrubros, o retorno para os Aflitos está cada vez mais perto de acontecer. Na noite da última quarta-feira, a comissão paritária responsável pela reforma do estádio divulgou maiores detalhes do projeto, com as melhorias previstas e os passos necessários para que, aos poucos, num trabalho dividido em etapas, o Eládio de Barros Carvalho volte a ser frequentado pelos torcedores do Náutico.

O Superesportes entrevistou o presidente da comissão paritária, Luiz Felipe Figueiredo, para destrinchar esse processo de transição do clube, que visa o resgate da tradicional identificação da torcida com o estádio e da aproximação com o time, aliado a uma filosofia de mercado mais atualizada, na tentativa de tornar Aflitos uma praça “autossustentável” do ponto de vista financeiro. O prazo de entrega do estádio é mantido para o mês de abril, contudo, a volta acontecerá com a praça esportiva ainda em obras.

Resgate da identidade

“O conceito da mudança é para manter a principal característica do estádio, que é a proximidade com o com o time, e era uma coisa que o torcedor mais sentia falta na Arena. A estrutura de lá, em tese, é melhor que a dos Aflitos, mas resolvemos mudar porque falta essa identificação da torcida.”

Equipamento moderno

“É preciso modificar o que era deficitário no estádio. O setor de serviços será todo remodelado. Não é só ‘cerveja e água’, como se costumava fazer antes e se restringir a um serviço precário de balcão com um isopor do lado. Com essa melhora, o estádio passa não só a fornecer um bom serviço, como aumenta o consumo e monetização para o clube.”

Quando ficará pronto?

“Em abril, a expectativa é reabrir para sediar os jogos. O torcedor vai voltar para os Aflitos em um ambiente ainda de reforma. É uma necessidade mais urgente, mas alambrados, cadeiras, gramado, acessos, iluminação, vestiários e algumas áreas de serviço e banheiros estarão prontas.”

Gramado

“Estamos planejando a implantação neste final de semana. Antes, é preciso passar pelo processo de adubação e nós não vamos queimar nenhuma etapa que possa prejudicar ou gerar um custo maior. Se essa etapa encerrar na sexta-feira, em tempo viável, no mesmo dia faremos o plantio. Se não, no sábado ou no mais tardar domingo faremos.”

O que falta para terminar? 

“Depende do torcedor e de quem chegar junto. Obra é dinheiro. Se tem um bom fluxo no bolso, você consegue fazer com um ritmo acelerado. Hoje, temos um contrato de investimento no aporte 3,5 milhões garantidos com parcerias, que recebemos em parcelas mensais. O valor total previsto para é R$ 5,5 milhões.”

Mobilização da torcida

“Só ontem, nas primeiras horas após o lançamento, nós tivemos um engajamento de mais de R$ 55 mil em adesão à campanha. A questão é que depende muito do sentimento do torcedor, é mais passional.”

Estádio como captador de recursos

“A principal mudança no geral é o conceito. O estádio passará a ser autosuficiente e se monetizar, com exploração das marcas. Como temos três entradas principais, vamos tentar em conversas com empresas para que adotem as entradas, atrelando o nome delas a um espaço do clube.”

Criação da Alameda Timbu

“O estádio precisa não apenas render em dia de jogo, mas monetizar ao longo dos 30 dias do mês, com espaços publicitários. Uma ampla reforma na Rua Manoel de Carvalho com quatro lojas voltadas para a rua, derrubando o muro e criando uma alameda com serviços não só para os torcedores, mas para o bairro em si. Ir além dos dias de jogos.”

Melhorias para o futuro

“O projeto da reforma envolve fases. Na primeira não contemplava a derrubada da marquise. Na parte de rádio, com as cabines vamos fazer os ajustes de melhoria. Não será uma reforma estrutural, mas vamos ajustar a parte de cabeamento, colocar vidros para que a imprensa tenha uma situação de trabalho mais produtiva. A ideia é passar para a ‘fase 2’ com a derrubada da marquise e a construção de camarotes. É a longo prazo, mas que pode ser daqui a seis meses. Depende muito do quanto vamos arrecadando.”