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Capitão e maior jogador do hexa, Ivan Brondi relembra campanha: 'Não tinha moleza'

História do ex-meia se confunde com a história da maior conquista do Timbu

postado em 20/07/2018 22:00 / atualizado em 20/07/2018 22:53

Thalyta Tavares/Esp.DP
Ele participou de toda a campanha do hexa. Esteve em campo em 126 dos 140 jogos que o Náutico fez de 1963 a 1968 pelo Campeonato Pernambucano. Era o capitão do time. A história de Ivan Brondi se confunde com a história do hexa. Identificação que ele levou para fora de campo. Hexacampeão, se tornou colaborador fora dos gramados, ao ponto de presidir o clube de 20 de dezembro de 2016 a 29 de agosto de 2017. Acima de tudo, um grande alvirrubro.

O que era o time do hexa?

Era um time de garotos. Determinado, disciplinado e que, modéstia à parte, sabia jogar futebol.

As novas gerações têm ideia da importância do hexa?

Se não têm, deveriam ter. Uma equipe com a média de idade baixa, com quase todos os jogadores originários do estado ou da região, conquistou seis campeonatos, dos quais dois invictos. Vai ser difícil aparecer outro time com a bagagem técnica que a gente tinha. Lula (Monstrinho) saiu para o Corinthians e, de lá, foi para a Seleção Brasileira. Nado, no Náutico, foi convocado para a Seleção. Rinaldo saiu daqui para ser titular do Palmeiras e foi convocado para a Seleção. Salomão foi para o Santos. Então você vê o nível que a gente tinha.

Dos seis campeonatos, qual foi o mais difícil?

Todos eles foram difíceis. O (jogo do) hexa foi mais difícil porque teve prorrogação e teve bola na trave do Sport. Mas a gente não teve moleza não. As pessoas podem pensar que a gente teve moleza. Moleza, nada. É brincadeira. E outra coisa, a gente não saía daqui para fazer graça, não. A gente saía para jogar contra o Palmeiras e complicava. A gente saía para jogar contra o Santos, de Pelé, e complicava.
Thalyta Tavares/Esp.DP

Além dos dois títulos invictos, o Náutico decidiu quatro vezes contra o Sport. Qual o tamanho dessa rivalidade na época?

É verdade, as decisões sempre foram contra o Sport. Os ânimos eram muito acirrados. A gente tinha muita dificuldade. Eles tinham um potencial técnico e financeiro muito bom. Ninguém é eterno, né? Então nós fomos, de 1963 a 1968, os campeões aqui do estado. Aí o Santa Cruz veio, montou um bom time e foi pentacampeão.

No elenco do hexa, tinha algum jogador com quem o senhor tinha mais afinidade?

Eu me dava com todo mundo. Até hoje a gente se encontra, a gente conversa. Havia uma união muito grande. A gente nunca se estranhou. A gente era feliz e não sabia.

Qual é a sua lembrança de como foi o gol do hexa?

Foi uma jogada com o Ede, pela esquerda. O Ramos vinha acompanhando a jogada e escorou já na pequena área. A emoção foi uma coisa maravilhosa. Se não tivesse o gol de Ramos, a gente ainda iria para os pênaltis. Aí o Sport veio para cima da gente, e a gente ficou se defendendo. Não imaginamos que o título estava ganho. Foi muito sofrido. Quando acabou o jogo, a emoção foi uma coisa maravilhosa.