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O adeus de uma lenda: amigos, familiares e colegas rendem últimas homenagens a Gena

Corpo do ex-jogador foi velado no Cemitério de Santo Amaro, bairro onde cresceu e viveu grande parte de sua trajetória de vida e no futebol

postado em 13/11/2018 15:20 / atualizado em 13/11/2018 17:13

Peu Ricardo/DP
Um bom pai, um bom amigo, um grande irmão, um excelente companheiro, um alvirrubro de gigantesca história. Estas foram algumas das qualificações dadas a Genival Costa de Barros Lima, conhecido como Gena, atleta multicampeão por Náutico e Santa Cruz, que faleceu na última segunda-feira, por aqueles que foram deixar um último adeus ao lendário defensor.  

No velório de seu corpo, ocorrido nesta terça-feira, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife, o ex-lateral pernambucano de 75 anos recebeu homenagens de familiares, amigos, parentes, torcedores e dirigentes dos dois clubes, pelos quais marcou época nas décadas de 60 e 70, conquistando nove títulos pernambucanos.

“Ele é uma lenda. Foi daquelas pessoas que só vem ao mundo uma vez. Fantástico atleta, fantástico como pessoa, passou por dois clubes rivais, foi protagonista em dois dos maiores títulos de cada um deles, o hexacampeonato do Náutico e o penta do Santa Cruz e não deixou nem um resquício de rivalidade em nenhum dos dois, apenas amigos”, comentou o vice-presidente executivo do Náutico, Diógenes Braga.

Segundo o irmão de Gena, Geová Costa, o ex-jogador mantinha uma excelente relação com seus colegas de Náutico e Santa Cruz e com os amigos do bairro de Santo Amaro, onde nasceu e viveu boa parte de sua trajetória. “A relação com os colegas de Náutico e Santa Cruz era muito boa. Tanto que estiveram aqui Salomão, Ivan Brondi, Fernando Santana, Sérgio China e diversos outros. E se mantinha até hoje. Ele era muito querido por todos, tanto no Santa como no Náutico. Creio que nunca tenha feito um desafeto ou inimigo aqui em Santo Amaro ou nas torcidas de Náutico ou Santa Cruz. O que fica hoje é a saudade.”   

Mais do que um orgulho que para aqueles que o viram jogar, Gena era também inspiração para a garotada alvirrubra, que teve nele um dos seus treinadores até o ano passado. “Gena é um exemplo de jogador para todas as gerações, tanto no profissional como na base. A base se espelha muito nele. Ele foi treinador e teve a oportunidade de mostrar para a nossa garotada o que é ser um jogador de futebol e a fragilidade desta condição. Ele ensinava que a dedicação ao futebol e o amor ao clube que era uma maneira de os jovens desejássem um futuro, mas sem contar com a sorte, apostando sempre na dedicação que o clube faria a parte dele que era dar a oportunidade”, pontuou o diretor das categorias de base do Náutico, Cláudio Peres. 

“O legado de Gena para a base foram os diversos garotos que foram incorporados aos nossos elencos. Eles tinham um encontro diário com as palavras de Gena, que dizia que no Náutico eles teriam vez. Ele foi criado no Náutico, era alvirrubro de coração e isso é um legado que não tem preço”, completou. 

Homenagens

Diversas honrarias estão sendo planejadas para serem feitas a Gena pelo Náutico. A taça em disputa para o jogo de reabertura do Estádio dos Aflitos terá o nome do ex-jogador. Algo que já ocorreu com o troféu de 100 anos do Clássico das Emoções, disputado pelos dois clubes em que o lateral fez história. 

“As homenagens ainda estão sendo trabalhadas. A morte dele foi algo muito inesperado, faziam 15 dias que ele estava internado e tínhamos a esperança de que ele saísse dessa. Tenho certeza que a diretoria está trabalhando em algo para que a homenagem seja feita já na volta aos Aflitos e que esteja a altura de quem foi Gena e do que ele representou para o Clube Náutico Capibaribe”, salientou Peres.

Segundo Diógenes Braga, o clube está trabalhando em várias possibilidades para agraciar o legado do jogador que foi tão identificado com a camisa vermelha e branca de Rosa e Silva. “O que o Náutico puder render de homenagens, o clube irá fazer. No retorno aos Aflitos, nós já tínhamos a pretensão de homenagear personagens marcantes do estádio e ele é um dos maiores personagens desta história.” 

“A história de Gena é algo que ninguém pode jogar fora. Foi parte importante do nosso hexacampeonato, foi nosso professor e treinador, onde formou bons frutos e levou o nome do Clube Náutico Capibaribe ao mais alto patamar que existe sempre que pode”, completou o ex-jogador e ex-técnico das categorias de base do Náutico, Lourival Silva, que foi companheiro de Gena no trabalho com a base alvirrubra.

O Santa Cruz também rendeu homenagens ao ex-jogador. Após evento na sede do clube, na noite da segunda-feira (dia do falecimento), o presidente Constantino Júnior decretou luto oficial de três dias em alusão a memória do atleta tetracampeão pernambucano pelo Tricolor do Arruda.