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Advogada de Dal Pozzo diz que treinador não irá comandar sub-23 e cobrará multa contratual

Em contato com o Diario, advogada Mariju Maciel tratou como 'atitude desonesta' nota do Náutico que coloca técnico para trabalhar no sub-23

postado em 14/08/2020 18:09 / atualizado em 14/08/2020 18:22

(Foto: Tarcísio Augusto/DP)
A relação entre o Náutico e o técnico Gilmar Dal Pozzo, que chegou ao seu auge com o título da Série C do ano passado, terminará nos tribunais. Em contato com o Diario de Pernambuco, a advogada Mariju Maciel, informou que o treinador não irá comandar a equipe sub-23 do Alvirrubro, como foi anunciado em nota oficial pelo clube, e que irá cobrar na Justiça o pagamento da multa de rescisão contratual, que segundo apurou a reportagem é de aproximadamente R$ 500 mil.

Segundo Mariju Maciel, apesar de não haver uma assinatura formal da rescisão contratual, a demissão do treinador pode ser considerada como consumada a partir do momento em que vários profissionais do clube se despedem do treinador. A advogada, inclusive, usa como prova para justificar essa tese um vídeo em que o gerente de futebol Ítalo Rodrigues anuncia a saída de Gilmar Dal Pozzo do comanda da equipe para o elenco profissional.

“Não existe essa possibilidade (de Dal Pozzo comandar a equipe sub-23). O Gilmar já foi despedido pelo Náutico. Toda tentativa do Náutico é uma forma de burlar um equívoco cometido por eles. Na realidade o departamento de futebol despediu o Gilmar e a dispensa dele foi passada para todos os atletas. Eu até já divulguei um vídeo onde o Ítalo comunica a todos os atletas que o Gilmar não é mais treinador do Náutico. Só que quando foi para ser formalizada a decisão, o departamento de futebol não tinha conhecimento que o Gilmar tinha uma multa contratual”, explicou a advogada, que endureceu o discurso.
 
“Quando o departamento jurídico comunicou ao departamento de futebol o valor da multa do Gilmar, assustado, o departamento de futebol agora tenta mudar a situação que já se efetivou. A gente só lamenta uma atitude tão desonesta, tão impensada do Náutico, de querer rebaixar um treinador que o levou à Primeira Divisão (na verdade, à Série B). Um treinador que dedicou a sua vida para levar o Náutico ao lugar que ele está. E é considerado agora com tanto desprezo, ao ponto do Náutico pensar em colocar o Gilmar para treinar a categoria sub-23”, destacou.

“A rescisão não precisa ser assinada. No momento em que o empregador comunica ao empregado que ele está despedido, ele está despedido. Nós temos diversas mensagens dos profissionais do Náutico, médico, supervisor, diretor, agradecendo ao Gilmar pelo trabalho prestado e se despedindo. Mas agora, que surgiu a multa, o Náutico tenta alterar a verdade dos fatos”, completou a advogada.

Ainda segundo a representante, o treinador chegou a tentar negociar o valor da multa rescisória. Mas diante do atual cenário, essa possibilidade não existe mais, com o valor sendo cobrado integralmente na Justiça. De acordo com a advogada, Gilmar ainda tem cerca de R$ 600 mil a receber da sua primeira passagem pelo clube, em 2016, e mais alguns valores referentes ao trabalho atual. No entanto, segundo a advogada, o total do débito da atual gestão com o treinador ainda não foi totalmente levantado. 

“Não tenha dúvida que vamos exigir o pagamento integral da multa. O Gilmar até, antes de tudo isso, estava disposto a negociar essa multa. Mas frente a toda essa situação que o Náutico está fazendo demonstra que agora a coisa é jurídica”, reforçou. “O Náutico deve a ele ainda da passagem anterior por volta de R$ 600 mil. Nessa atual existem coisas pendentes também. Mas ainda estamos avaliando o todo”, finalizou.