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Empate com a Suíça acaba com a festa no trem de volta a Moscou

Viagem de retorno à capital russa, após a estreia de Brasil e Suíça no Mundial, é marcada por clima mais ameno: na ida teve até roda de samba

postado em 19/06/2018 07:00 / atualizado em 18/06/2018 23:10

Felipe Seffrin/Esp.CB/D.A Press
Rostov — Se na ida a torcida brasileira acabou com a cerveja do trem entre Moscou e Rostov, fazendo uma verdadeira algazarra no vagão-restaurante, o caminho de volta foi bem diferente. O empate da Seleção com a Suíça por 1 x 1, na estreia da Copa 2018, e a saga de quase 48 horas de trem para alguns viajantes diminuíram a empolgação dos torcedores. Nada de samba nem de cantoria. Com o gol do suíço Zuber, o estoque de bebidas dos trens russos aguentou até o fim.

“Com certeza, o clima seria outro se o Brasil tivesse ganhado. Estaríamos bebendo e fazendo festa durante a viagem inteira”, comentou o advogado Bruno Ziello de Almeida Braga, 30 anos, natural de São Paulo. Na ida para Rostov, em um percurso de 22 horas, ele e outros brasileiros só pararam a batucada no meio da madrugada quando a segurança interveio. Na volta, com mais 22 horas de viagem e um empate nas costas, o sentimento foi de ressaca emocional.

“Estamos um pouco frustrados. A gente anda pela Rússia com a bandeira do Brasil e todo mundo fala que vamos ser campeões. Esperávamos uma primeira fase sem tantas dificuldades”, lamenta o especialista em desenvolvimento de sistemas Luiz Felipe Simões, 31. A opinião é compartilhada pelos russos. A terapeuta Tatiana Kovalenko, 46, viajou para Rostov para ver um jogo de futebol pela primeira vez na vida. “Esperava muito mais do Brasil. O que aconteceu com o Neymar?”, questiona, aborrecida.
 

Nada de carnaval na viagem de volta

No vagão-restaurante, o bate-papo entre os torcedores até que era animado, mas muito longe de ser um carnaval como na ida para Rostov. Em alguns momentos, a maioria era de suíços — muitos brasileiros preferiram se resguardar (ou se recuperar) nos vagões-dormitórios. O ambiente foi de tristeza, mas o tropeço de outros favoritos serviu de consolo. “Como era o primeiro jogo, acho que eles estavam meio nervosos. A Argentina empatou com a Islândia e a Alemanha perdeu. Então não foi tão ruim assim”, analisa o estudante mineiro de administração Henrique Damião, 24. 

“Estamos um pouco frustrados. A gente anda pela Rússia com a bandeira do Brasil e todo mundo fala que vamos ser campeões. Esperávamos uma primeira fase sem tantas dificuldades”

Luiz Simões, desenvolvedor de sistemas