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PARALIMPÍADAS ESCOLARES

Atletas cadeirantes de Brasília fecham Paralimpíadas Escolares com medalhas

Capital tem conquistado vários pódios na competição em São Paulo

postado em 24/11/2017 17:22 / atualizado em 27/11/2017 14:17

Leandro Martins/MPIX/CPB
São Paulo - Os esportes praticados por cadeirantes tiveram saldo positivo para o Distrito Federal nas Paralimpíadas Escolares. Logo na estreia do basquete 3x3 em cadeira de rodas na competição, o time brasiliense garantiu o primeiro lugar. Com a vitória sobre o time paulista por 11 a 10, Brasília levou o título e também os troféus de cestinha e melhor jogador da competição. 

Apesar do entrosamento notado em quadra, a equipe brasiliense é formada por cinco jogadores que se conheceram a pouco tempo. Os treinos focados no formato 3x3 começaram há apenas dois meses. Um dos atletas veio do Acre e outro se juntou há apenas duas semanas no time. Aos 14 anos, João Vitor Nascimento saiu do Acre em busca de um suporte melhor no esporte paralímpico. 

“Quem me incentivou foi minha mãe. Comecei no Acre, mas considero que meu início foi no DF já que comecei a aprender lá”, conta. João foi eleito cestinha da competição. O jovem teve a perna esquerda amputada por conta de um acidente de ônibus. 

A maioria do time sofre de mielomeningocele, uma doença congênita que atinge a coluna e a medula espinhal. É o caso do capitão Elias de Souza, de 14 anos. O morador de Planaltina fez sua estreia nas Paralimpíadas Escolares, mas já pratica o basquete em cadeira de rodas há 3 anos. “Conheci através de um amigo cadeirante e nunca mais saí do esporte”, conta. 

Elias faz parte do time adulto do Distrito Federal no formato de 5x5 e ganhou o título da segunda divisão do Campeonato Brasileiro em outubro. “O jogo é bem diferente e mais dinâmico. Apesar de ser jogado em metade da quadra, ele cansa mais do que o 5x5 por conta da marcação individual”,  conta. 

Apesar de usar a cadeira de rodas para a prática do esporte, Elias conta que no dia a dia consegue fazer as atividades fora dela. “Quando forço muito a perna, eu preciso usar a cadeira de rodas”, explica. 

Dobradinha no tênis 

No outro esporte paralímpico praticado por cadeirantes, o tênis, o DF repetiu os bons resultados. Na final da categoria A, dedicada a atletas de 12 a 14 anos, a capital teve dobradinha no pódio. Arthur Dantas e Jade Lanai garantiram o ouro e a prata, respectivamente. Ambos têm 13 anos, tem mielomeningocele e são novatos nos Jogos Escolares. Este ano, Jade disputou pela segunda vez e Arthur fez sua estreia. 

Arthur garantiu outra medalha ao lado da atleta mais experiente do grupo. Aos 17 anos, Maria Fernanda Garcia disputa sua última edição da competição. No entanto, a medalha de ouro só veio este ano. “Sempre esbarrava e ficava com a prata ou bronze”, comenta. Nesta sexta-feira (24/11), último dia de competições, ela garantiu o ouro ao lado de Arthur nas duplas da categoria única, que permite jogadores de 12 a 17 anos, e foi vice-campeã na disputa individual da categoria B (15 a 17 anos). 
 
*A repórter viaja a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro