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PARALIMPÍADAS ESCOLARES

DF fica em terceiro nas Paralimpíadas Escolares, em São Paulo

Time da capital federal contou com 51 atletas e conquistou a maioria das medalhas na natação

postado em 24/11/2017 21:28 / atualizado em 27/11/2017 14:23

São Paulo — Composta por 51 atletas, a delegação do Distrito Federal superou o desempenho do ano passado nas Paralimpíadas Escolares e conquistou o terceiro lugar da competição nacional — a primeira colocação ficou com São Paulo, e a segunda, com Santa Catarina. A maioria das conquistas veio da natação, modalidade que também tinha o maior número de inscritos. Ao todo, eram 13 atletas. Mas os destaques passam por quase todos os esportes. 

As histórias são as mais diversas possíveis. Tem filho de ex-jogador de futebol que é atleta paralímpico, desportista que fez a primeira viagem de avião e até aluno que inspirou professor a trabalhar com paralímpicos. O sonho, muitas vezes, é seguir a carreira de atleta e disputar a Paralimpíada. O estímulo na competição não falta. 
 
Daniel Zappe/CPB/MPIX
No judô, o único representante do DF fez bonito. Lucas Avelar, 17 anos, está na sua última Paralimpíada Escolar e trouxe mais dois ouros para a capital. O judoca compete na categoria B3, dedicada a atletas com 20% da visão. Lucas começou a treinar por conta de um convite de seu atual técnico — e xará — Lucas Costa. O professor conheceu o jovem na escola onde dava aulas de educação física. "Eu nunca tinha ensinado a um cego, mas o convidei a fazer judô. Por causa dele, eu comecei a trabalhar com a modalidade", conta.

Hoje, Lucas ensina outros dois deficientes visuais em Brasília. Ele lamenta a falta de praticantes e afirma que muitos, por falta de conhecimento, deixam de praticar um esporte. O técnico acredita que não cabe o papel de treinador no universo escolar: o professor deve ser um descobridor de talentos. "A escola tem a possibilidade de achar estrelas e colocá-las no caminho do esporte", avalia.  
 
A deficiência visual de Lucas Avelar é congênita e, desde pequeno, ele aprendeu a lidar com a dificuldade. "Minha mãe sempre me diz que o mundo não vai se adaptar à minha realidade e que eu tenho que fazer isso", explica. Os planos para o futuro são grandiosos. O esporte é um deles, mas divide espaço com a faculdade de direito. Lucas já passou em três, mas espera o resultado do Enem para tentar a Universidade de Brasília (UnB). 

Novato nas Paralimpíadas Escolares

Diferentemente de Lucas, outro destaque do DF participou pela primeira vez das Paralimpíadas Escolares. Aos 12 anos, Luan Lima conquistou três medalhas em uma experiência cheia de novidades. Além de estrear na competição, ele também viajou de avião pela primeira vez. Ao lado de seis irmãos, o atleta do tênis de mesa mora na comunidade rural de Nova Betânia, em São Sebastião. 
Maria Eduarda Cardim/Esp. CB/D.A Press

Luan joga na categoria T11, para deficientes intelectuais. Robson Lobato, um dos técnicos do time brasiliense, contou que o primeiro contato do menino com o tênis de mesa foi este ano. Além disso, Luan só consegue treinar uma vez na semana, já que a escola é longe do Centro de Iniciação Desportiva (CID) Paralímpico de São Sebastião, local onde pratica o tênis de mesa e o atletismo.
 
"Ele treina muito pouco comparado aos outros meninos. Foi mérito dele estar aqui e vencer", afirma Robson. Tímido e com poucas palavras, Luan conta que a gostou da experiência. "Eu gostei bastante da competição e do hotel", conta. 

Os cadeirantes do DF 

Alexandre Urch/MPIX/CPB
Os esportes praticados por cadeirantes também tiveram saldo positivo para o Distrito Federal nas Paralimpíadas Escolares. Logo na estreia do basquete 3x3 em cadeira de rodas na competição, o time brasiliense garantiu o primeiro lugar. Com a vitória sobre o time paulista por 11 x 10, Brasília levou o título e também os troféus de cestinha e melhor jogador da competição.

 

No tênis, esporte que também é praticado em cadeira de rodas, os resultados foram expressivos. Até dobradinha teve. Na final da categoria A, dedicada a atletas de 12 a 14 anos, Arthur Dantas e Jade Lanai garantiram o ouro e a prata, respectivamente.

 

Na mesma modalidade, Maria Fernanda Garcia disputou pela última vez a competição. No último dia, ela garantiu o ouro ao lado de Arthur nas duplas da categoria única, que permite jogadores de 12 a 17 anos, e foi vice-campeã na disputa individual da categoria B (15 a 17 anos).
 
*A repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro