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PRÊMIO PARALÍMPICOS 2018

Brasiliense vence categoria em premiação paralímpica; veja outros premiados

Leomon Moreno é premiado no goalball; Alana Maldonado e Ricardinho levam principais honrarias da noite

postado em 13/12/2018 10:46 / atualizado em 18/07/2019 15:31

<i>(Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)</i>
 São Paulo - Na noite da última quarta-feira (12/12), os principais atletas paralímpicos do Brasil se reuniram no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, para celebrarem os destaques do ano no esporte adaptado. Essa foi a oitava edição do evento e a primeira vez na sede do Comitê, em celebração que encerrou a temporada de 2018. Os destaques de todas as modalidades foram premiados, com destaque para Leomon Moreno, morador do Riacho Fundo II e estrela do goalball. A judoca Alana Maldonado e o jogador de futebol Ricardinho ficaram com as principais honrarias da festa.

O ano de 2018 foi de superação para Alana. A atleta passou por uma cirurgia, mas se recuperou prontamente e venceu o Mundial, conquista inédita para o Brasil. A judoca, que já havia vencido o prêmio da sua modalidade, voltou ao palco para receber a honraria principal. “Primeiramente eu quero agradecer a Deus. Foi um ano de algumas dificuldades, com uma cirurgia em um momento não esperado, mas a recuperação foi um sucesso, voltando direto para o Mundial. Agradeço aos meus familiares, amigos, técnicos e toda equipe multidisciplinar do judô”, discursou Alana. 

Ricardo Alves, o Ricardinho, foi campeão mundial com a seleção brasileira esse ano, o atleta terminou como artilheiro da competição, disputada na Espanha. O ala esquerdo já foi eleito o melhor jogador do mundo duas vezes, em 2006 e 2014.   
 
<i>(Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)</i>
O Prêmio Paralímpico também ofereceu o troféu Aldo Miccolis, que homenageia pessoas que dedicaram sua vida ao esporte adaptado. O grande vencedor foi o ex-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons. Ele liderou a delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012,  e do Rio de Janeiro, em 2016. Na categoria Memória Paralímpica, a Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF) recebeu menção honrosa. A instituição, fundada há 37 anos, é considerada a maior entidade de pessoas com deficiência do Brasil. 

Na disputa de melhor técnico de modalidade individual, Denílson Lourenço foi eleito. Ele é o treinador da judoca Alana Maldonado. Na categoria modalidade coletiva, o premiado foi Alessandro Tosin, comandante da Seleção Brasileira de goalball, campeã mundial, e que garantiu a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Tosin já ganhou esse troféu duas vezes, em 2012 e 2014. 

Brasiliense homenageado

Morador do Riacho Fundo II, Leomon Moreno, do Goalball, foi premiado pela terceira vez no evento. Em 2014 conquistou a honraria máxima de atleta paralímpico do ano. Nesta edição, ele recebeu a honraria de melhor paratleta da modalidade. "Receber esse prêmio é a coroação de um trabalho feito dentro de um ano inteiro. É preciso agradecer meus companheiros de seleção e a comissão técnica”, frisa. 

O goalball é uma modalidade exclusiva paralímpica, e pouco conhecida até mesmo entre os demais atletas. O esporte consiste em arremessar uma bola com as mãos em direção ao gol do adversário. É praticado por pessoas com deficiência visual. Cada equipe conta com seis jogadores, sendo apenas três titulares. "Em 2014, ganhei como o melhor do ano, o que para minha modalidade é um privilégio, pois não é muito conhecida e isso traz uma visibilidade pro Goalball. É isso que sempre almejo, o crescimento do esporte. Para atrair mais adeptos", explica Leomon. 

Em junho, Leomon ganhou o bicampeonato mundial com a Seleção Brasileira, na Suécia. O título assegurou a vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Ele foi o destaque da equipe, sagrando-se artilheiro pelo segundo mundial seguido. Para 2019, o objetivo é o Parapan, em Lima, no Peru. Profissional do Santos, Leomon se divide entre Brasília e São Paulo. 

Demais categorias 

Em meio aos premiados, alguns paratletas também fecharam o ano como campeões mundiais: Lauro Chaman (ciclismo), Ricardinho Alves (futebol de 5),  Diana Barcelos e Jairo Klug (remo) e Petrúcio Ferreira, com direito a recorde mundial dos 100m, classe T47, no Grand Prix na etapa de Paris. Na natação, Daniel Dias bateu o recorde mundial nos 50m livre, foi bicampeão geral do World Series 2018 e conquistou sete medalhas no Parapan-Pacífico, na Austrália. 

Já na categoria revelação, Cristian Ribera, do esportes de inverno, foi o escolhido. Com apenas 16 anos, ele já fez história por conquistar o sexto lugar na prova de 15km do esqui cross country, nos Jogos Paralímpicos de Inverno de PeyongChang. Esse foi o melhor resultado do país em jogos de inverno, contando também os Jogos Olímpicos.

Um dos destaques femininos é Débora Menezes, vencedora como melhor do Parataekwondo pelo segundo ano consecutivo. Neste ano, ela foi campeã brasileira e conquistou quatro medalhas em competições internacionais: duas pratas e dois bronzes. “Este prêmio é um motivador a mais para seguir treinando. Junto com minha equipe multidisciplinar, fiz um ano muito bom, o que fortalece a modalidade, nova no circuito paralímpico. Para 2019, em fevereiro, já tenho o Mundial que será realizado na Turquia”, diz a premiada. 

O Parataekwondo estará nas Paralimpíadas de Tóquio pela primeira vez na história. Débora é uma das principais esperanças de medalha da modalidade e planeja fazer um 2019 em preparação. “A expectativa é estrear e conseguir uma medalha de ouro no Japão”, resume. 

Lista dos premiados

1 - Atletismo - Petrúcio Ferreira (Paraíba) 
2 - Basquete em Cadeira de Roda - Marcos Sanchez (Minas Gerais)
3 - Bocha - Maciel Santos (Ceará) 
4 - Canoagem - Igor Tofalini (Paraná) 
5 - Ciclismo - Lauro Chaman (São Paulo) 
6 - Esgrima em Cadeira de Rodas - Jovane Guissone (Rio Grande do Sul)
7 - Esportes de Neve - Cristian Ribera (Rondônia) 
8 - Futebol de 5 - Ricardo Alves (Rio Grande do Sul) 
9 - Futebol de 7 - Evandro Gomes (São Paulo)
10 - Goalball - Leomon Moreno (Distrito Federal)
11 - Halterofilismo - Mariana D'Andrea (São Paulo)
12 - Hipismo - Rodolpho Riskalla (São Paulo)
13 - Judô - Alana Maldonado (São Paulo)
14 - Natação - Daniel Dias (São Paulo) 
15 - Parabadminton - Vítor Tavares (Paraná)
16 - Parataekwondo - Débora Menezes (São Paulo)
17 - Remo - Diana Barcelos e Jairo Klug (Rio de Janeiro/São Paulo)
18 - Rugby em Cadeira de Rodas - José Raul Schoeller (Santa Catarina)
19 - Tênis de mesa - Cátia Oliveira (São Paulo)
20 - Tênis em Cadeira de Rodas - Ymanitu Geon (Santa Catarina)
21 - Tiro com arco - Jane Karla (Goias)
22 - Tiro esportivo - Geraldo von Rosenthal (Rio Grande do Sul)
23 - Triatlo - Jessica Ferreira (São Paulo)
24 - Voleibol sentado - Wescley Oliveira (Rio de Janeiro)
 
A repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro