Na primeira temporada na elite do futsal nacional, o Real Brasília não esperava passar por tantas alterações em seu planejamento. A pandemia do COVID-19 fez com que a Liga Nacional suspendesse o torneio por tempo indeterminado. O time da capital não trabalha com uma data para retornar aos treinos. No entanto, os atletas fazem treinos físicos em casa para manter a preparação.
Antes da suspensão, faltavam menos de duas semanas para a estreia do Real Brasília (27/03) diante do Campo Mourão, no Paraná. A suspensão da Liga Nacional pegou todos de surpresa e deu uma pausa na preparação do unico representande do DF na elite do futsal nacional.
"A equipe estava muito bem fisicamente. Evolução tática e técnica diária. Treinando situações de jogo e perto de atingir o que imaginávamos ser o ideal. Vencemos dois dos quatro amistosos disputados e a rotina de treinos estava muito firme" disse Márcio Batuta, preparador físico da equipe.
O pivô Pedro `Bigode` citou a grande diferença dos treinamentos em casa para os de quadra: ``Fomos pegos de surpresa com tudo isso que aconteceu. Os treinamentos em casa são muito diferentes, não é a mesma coisa de treinar com o grupo e com a comissão. Da pra sentir no dia a dia``.
Antes da epidemia atingir o país, a equipe trabalhava com situações de jogo, jogadas ensaiadas e treinos táticos. Trabalhos que não podem ser realizados com o distanciamento social.
"Assim que fomos comunicados sobre a paralisação da Liga, reunimos os atletas e falamos que eles teriam que continuar trabalhando. Enviamos os treinamentos de cada semana todo domingo. Os atletas são obrigados a mandar os vídeos dos treinamentos para corrigirmos posturas e avaliarmos eles", explicou o preparador.
Difícil retomada
O lema da comissão técnica do Real Brasília Futsal é minimizar os prejuízos desta paralisação. Para poder fazer uma mini pré temporada forte quando os treinos retornarem.``Nessa paralisação não estamos treinando com bola e fica bem complicado para voltar. Vai ser muito difícil, mas é o sonho de todos e vamos com tudo e focar no trabalho``, acredita Pedro `Bigode`.
Outra dificuldade será o calendário, que já estava completo, do futsal brasileiro. Além das partidas pela Liga Nacional e as longas viagens, o time da capital participará da Copa do Brasil de futsal.
``A paralisação já atrapalhou o andamento da temporada. A parte física vai chegar prejudicada. Estamos tentando reduzir as perdas. Se as partidas voltarem muito perto do retorno aos treinos o nível técnico e físico da Liga vai ficar defasado. Podemos chegar a fazer dois, três jogos por semana.`` lamentou Batuta.