COPA

Mochileiros chilenos e espanhóis iniciam amizade na Fan Fest de São Paulo

Torcedores de La Roja e da Fúria embarcaram para o Rio de Janeiro para o decisivo duelo do grupo B entre as duas seleções

postado em 16/06/2014 18:10 / atualizado em 16/06/2014 19:32

Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Cassio Zirpoli
Enviado especial

Rio de Janeiro - Uma amizade iniciada na Fan Fest de São Paulo, seguida demochilas nas costas, muitas caminhadas e data marcada para uma "pausa" na brodagem. Um roteiro digno de Copa do Mundo, com a integração absoluta das torcidas, fato que vem ocorrendo em todas as subsedes. Enquanto assistiam a um dos jogos de domingo, no Vale do Anhangabaú, tomado de gente, os chilenos Sebastian Dálbez, 23 anos, e Marco Olalde, 25, conheceram o espanhol David Hehlhorn, de 24. A língua pátria aproximou o trio. Todos na mesma situação, percorrendo o Brasil por causa da Copa e, coincidentemente, com a mesma viagem marcada para a Cidade Maravilhosa.

O desembarque no Rio foi nesta segunda. Em vez das praias de Copacabana e Ipanema ou fotos no Maracanã, a primeira tarefa foi... procurar uma hospedagem. Lembrando, todos eram mochileiros, viajando quase no improviso. Pegaram a linha 2 do metrô e desceram em Botafogo. "Disseram que aqui é mais barato, vamos ver", disse Sebastian, se importando pouco com a situação. A alegria de estar na "cidade da final da Copa", como descreveu, já valia o dia. "É muito especial ver o Mundial no Brasil. E até aqui, estamos nos sentindo seguros, o que também é importante para outros torcedores que não conhecem o país. Para ficar melhor, só falta passar pela Espanha e conseguir um ingresso também", continuou.

Pois é. Dos três, apenas os chilenos - torcedores da Universidad de Chile - compraram ingressos, mas não para a partida desta quarta, entre Espanha x Chile. Eles têm entradas para os jogos no dia 19, em Brasília (Costa do Marfim x Colômbia), e dia 28, no Rio (oitavas de final). Garantem que vão tentar adquirir entrar para o duelo desta quarta, envolvendo as duas seleções conhecidas como La Roja. Aí, cada um na sua. "É fantástico ver a Copa na América do Sul. É a chance da gente, de vencer até uma equipe tão forte como a Espanha. Amigos sim, mas por 90 minutos cada um irá para seu lado", disse Olalde, com bom humor.

Mais sério, David, natural de Mallorca, reconhece o mau momento espanhol. Acredita na classificação, mas já está preocupado mais à frente. "O time deles (chilenos), é bom, mas a Espanha sofreu um acidente e está consciente disso. O problema é que não deveremos mais passar em primeiro, como todos falavam. E aí teremos o Brasil", disse, lembrando o confronto 1A (casa a Seleção confirme a liderança) x 2B.

Até lá, o trio ainda vai carregar bastante peso nas costas, num esforço para curtir o Mundial. E não há espaço para reclamações. "Há muito tempo queríamos vir para cá. Essa Copa do Mundo no Brasil era a chance que todos esperavam", pontuou Sebastian, que deixou há uma semana Valparaíso, na beira do Oceano Pacífico, e não tem data para voltar para casa.