FINAL

Com história semelhante a Messi, pernambucano escreve carta e carrega bandeira na final

Gabriel tem carência de hormônio do crescimento e faz tratamento igual ao craque

postado em 13/07/2014 15:01 / atualizado em 13/07/2014 15:18

Ana Paula Santos /Diario de Pernambuco , Juliana Colares /Superesportes

Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Pres
Fã de Lionel Messi, o pernambucano Gabriel Gondim, 13 anos, vai assistir à final da Copa do Mundo sem desembolsar R$ 1 e ainda espera conseguir, pelo menos, chegar perto do ídolo. O adolescente foi um dos 12 selecionados nas cidades-sede do mundial para carregar uma das bandeiras das seleções finalistas hoje, no Maracanã. Ele foi escolhido após enviar uma carta contando um pouco da sua história, que se assemelha à de Messi. Assim como o argentino, Gabriel tem carência de hormônio do crescimento e toma injeções diárias desde os nove meses. Para ele, o esporte não é apenas diversão. Faz parte do tratamento.

"Aos 8 meses, fui diagnosticado com ausência do hormônio do crescimento, foi então quando passei a ser medicado, apresentando resposta positiva a partir do primeiro mês de tratamento, ao crescer em torno de 5 cm em apenas 30 dias", escreveu, na carta enviada à comissão da Coca-Cola, responsável pela seleção dos 12 adolescentes. Gabriel nasceu com 47 cm de altura. Até os oito meses, cresceu apenas 13 cm. Durante o tratamento, recebeu acompanhamento de fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, fisoterapeuta, fez fonoterapia, hidroterapia e equoterapia. Hoje, com 1,73 m, ainda toma doses de hormônio, concedidas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

"Há uns três anos, eu vi na tevê uma notícia falando que Messi tinha o mesmo problema que eu e hoje ele é o melhor do mundo", disse Gabriel. O adolescente já fez natação, capoeira, judô, tênis, basquete e aulas de futebol. Hoje, joga vôlei, futsal e vai à academia. “No começo, eu não gostava muito de futebol. Mas aprendi a gostar. É uma emoção muito grande”, disse. O menino acompanhou o Mundial pela tevê e foi a Fortaleza ver o Brasil enfrentar o México, na fase de grupo. Foi a primeira vez que ele entrou em um estádio. “Fiquei impressionado. Eram 60 mil pessoas e eu era uma delas”, disse, ansioso para ver a Argentina decidir o título do Mundial de 2014 com a Alemanha.

"Quando minha mãe falou que eu tinha sido selecionado, fiquei tão feliz que quis jogar o telefone no chão e sair correndo. Eu tinha ouvido a notícia no rádio e quis participar", contou o menino que já pesquisou algumas palavras em espanhol para, se conseguir chegar perto do ídolo argentino, tentar pedir um autógrafo. Gabriel embarcou sábado, sem os pais, para o Rio de Janeiro e retorna segunda. A família marcou de assistir ao jogo junta só para ver Gabriel pisar no gramado do Maraca.