Por onde anda

Chiquinho, uma das joias da geração rubro-negra da década de 1990

Meia que foi revelado junto com grandes jogadores que marcaram época no Sport parou em 2009, mas fez uma pausa na aposentadoria em 2012 por gratidão a um antigo mestre

postado em 25/12/2012 08:00 / atualizado em 24/12/2012 17:41

Alexandre Barbosa /Diario de Pernambuco

Heitor Cunha/DP/D.A.Press
O Sport teve, na década de 1990, uma geração de jogadores que ficou marcada na história do clube. Garotos revelados nas divisões de base ou vindos de regiões próximas. Geração consagrada pelos títulos e pelo talento. Juninho Pernambucano, Leonardo, Dário, Adriano, Bosco. E Chiquinho. Um jovem que saiu dos campos de pelada de Olinda para o time profissional do Leão. Que, aos 18 anos, em 1994, na sua primeira temporada, já conquistou os primeiros títulos: Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste.

Chiquinho fazia sucesso nos campos de pelada por sua habilidade e rapidez. Foram essas características que chamaram a atenção do olho clínico do experiente treinador Nereu Pinheiro, que o levou para o Sport. O crescimento no clube foi meteórico, confirmando as previsões de Nereu. Pelos juniores foram apenas dois meses. O jovem meia se destacou na Copa São Paulo de Juniores e logo foi puxado para o profissional. No final do Pernambucano de 1994 já tinha seu lugar na equipe. Como titular, levantou o primeiro trofeu da carreira.

Nos anos seguintes, 1995 e 1996, mais dois títulos estaduais. A essa altura Chiquinho já era ídolo da torcida do Sport. Por pouco, não chegou à Seleção Brasileira. Em 1996, chegou a ser convocado para um amistoso com Camarões, mas por conta de uma lesão acabou cortado. Uma das grandes decepções da carreira do meia. "Era muito difícil um jogador do Nordeste ser lembrado, mas eu fui convocado jogando no Sport. Infelizmente, por causa da lesão, não pude jogar", lamenta.

Arquivo/DP
O Sport não conseguiu segurar o talento de Chiquinho. O Vitória/BA fez uma proposta e acabou levando o meia e o lateral direito Russo. Passou um ano e meio no clube baiano, sempre mostrando um bom futebol. Dali, em 1998, se transferiu para o Botafogo. No ano seguinte, passou pelo Vasco. Em 2000, voltou para casa. E para manter a rotina, foi campeão. "Conquistamos o penta estadual e a Copa do Nordeste", lembra.

Lesão e o começo do fim

Em 2001, teve que voltar ao Vitória, mas uma séria lesão no tornozelo marcou negativamente a carreira do jogador. Foram quase dois anos parado. Em 2002, a tentativa de recomeço, na primeira experiência fora do Brasil: foi atuar pelo Levski Sofia, da Bulgária. Não deu certo, retornou ao Vitória, mas não foi utilizado. Em 2004, pelo Fortaleza, foi campeão cearense. Levantou uma taça pela última vez. Nos anos seguintes, peregrinou por clubes menores.

Em 2009, após uma rápida passagem pelo Salgueiro, equipe pela qual disputou seis jogos, decidiu parar. "Parei para operar o meu tornozelo, que continuava me atrapalhando. E resolvi parar porque me acostumei a jogar em alto nível e vi que não tinha mais condições clínicas de continuar jogando dessa maneira", conta Chiquinho.

Era hora de aproveitar o que a vida de jogador privava. Se dedicou à família e abriu um negócio, junto com o irmão. Chiquinho tem uma loja de material esportivo, a Futesportes, na rua da União, centro do Recife. "É uma experiência nova. Meu irmão é quem toma conta, mas eu ajudo também", diz o ex-jogador, que nunca pensou em voltar ao mundo da bola em outra função. "Não tenho perfil para ser treinador. Tive algumas experiências como comentarista. Gostei bastante".

O retorno por gratidão

Daniel Leal/DP/D.A Press
Mas a aposentadoria teve uma pausa em 2012. Dezoito ano depois, era hora de retribuir ao homem que tornou o sonho de Chiquinho em ser jogador de futebol possível. Por um pedido de Nereu Pinheiro, aos 37 anos, ele aceitou vestir a camisa do Olinda na disputa da Série A2 do Pernambucano. Por pouco, não fechou com chave de ouro sua história no mundo da bola. A equipe chegou à semifinal da competição, mas foi eliminada, a um passo de chegar à Série A1. "Infelizmente, chegamos muito perto, mas não deu", lamenta.

"Agora parei de verdade", garante Chiquinho. Futebol só nas lembranças e recordações guardadas. As melhores são as relacionadas ao Sport. "É o grande clube da minha carreira. Foi onde comecei, conquistei títulos. É um orgulho enorme ter feito parte de uma geração vitoriosa como foi a nossa. Ganhamos tudo na década de 1990", conta o ex-jogador, que se orgulha, também, do reconhecimento da torcida. "É muito bom perceber que existe esse carinho comigo. Até hoje sou reconhecido na rua pelos torcedores ou quando vou aos jogos do Sport".

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