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Betão recorda título de 87 e passagem pela Seleção enquanto defendia o Sport

Feliz com reconhecimento da torcida, ex-lateral se diz emocionado por ter sido eleito, recentemente, como um dos melhores jogadores da história do clube rubro-negro

postado em 05/02/2013 08:00 / atualizado em 01/02/2013 10:00

Yuri de Lira /Diario de Pernambuco

Arquivo/DP/D.A Press
Nada deixa Roberto Taylor dos Santos mais satisfeito do que o reconhecimento que recebe, até hoje, da torcida do Sport. A maioria dos rubro-negros, provavelmente, nunca sequer leu ou ouviu esse nome, é fato. Mas quando menciona-se "Betão", apelido que carrega desde jovem, logo os torcedores se remetem às lembranças de 1987. A adoração é unânime. À época um lateral-direito arredio, tinha como atributo cruzamentos precisos. Dava assistências como poucos. Os homens mais da frente, como Ribamar, Zico e Robertinho, podiam se gabar por ter um "garçom" tão eficaz para municiá-los. Também batia falta, pênaltis. Fazia gols. Em 2012, nas comemorações de 107 anos do clube da Praça da Bandeira, o ex-atleta foi eleito entre os melhores jogadores de todos os tempos do Leão*.

Títulos e reconhecimento
Betão fez história no Sport. Estará para sempre cravado nos lauréis rubro-negros pela conquista do primeiro título nacional. Não apenas por ter ganho o Brasileiro, mas por ter sido um dos principais jogadores daquela equipe. Os feitos de Betão na Ilha do Retiro, porém, não pararam por aí. Conquistou ainda títulos pernambucanos, como os de 1982 e 1988. Se as saudades dos torcedores rubro-negros são grandes, a dele é maior ainda. "Foram tempos vitoriosos. Sem dúvidas, a melhor fase da minha carreira como atleta. Devo muito ao Sport e até hoje recebo esse reconhecimento. Entrei na seleção da história do clube como o melhor lateral-direito e isso me deixou imensamente emocionado", declara.  

Seleção Brasileira
Foram poucos os jogadores que, atuando em Pernambuco, conseguiram ser convocados para defender a Seleção Brasileira. Uma dezena apenas. O alvirrubro Nado, os tricolores Givanildo Oliveira, Nunes e Carlos Alberto Barbosa, além dos rubro-negros Roberto Coração de Leão, Adriano, Jackson, Leomar, Chiquinho, Bosco e, ele, Betão. Em 1983, logo após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo do Espanha, disputada no ano anterior, o lateral acabou sendo chamado para uma excurssão do time nacional pela Europa. Carlos Alberto Parreira, atual coordenador técnico do Brasil, era o treinador. Foram quatro jogos - contra Portugal, País de Gales, Suécia e Suíça. O atleta leonino, no entanto, só atuou nos dois primeiros. Para ele, a experiência foi válida. "Já havia me destacando no Sport quando fui chamado para a Seleção Brasileira de Novos. Me destaquei novamente, e o Parreira resolveu me chamar para a equipe principal. Fizeram muita festa para mim na Ilha", recorda Betão.

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Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
A carreira longe do Sport
Foram incontestáveis as passagens de Betão no Sport. Gaúcho de Pelotas, o lateral foi revelado no clube homônimo de sua cidade natal. Além do Leão, defendeu também o América do Rio de Janeiro, Internacional, Portuguesa, Guarani e Santos. Em nenhum deles, conseguiu o mesmo destaque que obteve na Rubro-negro do Recife."Fui para a Portuguesa e Guarani, mas não rendi a mesma coisa. No Santos, passei rapidamente. A minha casa mesmo era a Ilha", relata.

Atualmente
Hoje, aos 50 anos, 17 depois da sua aposentadoria, Betão vive em São Paulo, capital. Coordena o clube esportivo da Polica Militar e dá aulas de futebol para garotos em uma escolinha que mantém em Taubaté. Os vínculos com o Sport e com o Recife, contudo, não se findaram. O ex-jogador é casado Kátia, natural de Pernambuco. Faz questão de visitar a cidade da sua mulher, que o acolheu nos seus tempos de atleta. "Ainda tenho muitos amigos aí no Recife, inclusive jogadores daquele time de 87, como o (volante) Rogério", pontua.

* Magrão; Betão, Aílton, Durval e Dedé; Leomar, Dinho, Ribamar e Betancour; Traçaia e Ademir. Técnico: Nelsinho Batista.  

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