Futebol Internacional

TECNOLOGIA

Com árbitro de vídeo, índice de acertos em lances capitais é de 98,9%

Mais de 800 partidas foram analisadas em um estudo sobre a eficácia da tecnologia

Giuseppe Cacace/AFP
A International Football Association Board (IFAB), órgão que regulamenta as regras do futebol, divulgou um estudo sobre a eficácia do uso do árbitro de vídeo (VAR). A pesquisa levou em conta mais de 800 partidas de 20 competições diferentes, desde março de 2016, incluindo jogos do futebol brasileiro.

Os dados do estudo indicam que os erros dos árbitros de campo diminuíram consideravelmente nas partidas analisadas. O índice de acerto em lances capitais (pênaltis, gols e expulsões), por exemplo, foi de 98,9%. Tamtém sem o VAR, 92,1% dos gols marcados eram validados, ou não, de forma correta. Após o uso da tecnologia, o número saltou para 99,2%.

Além disso, outros lances também geram menos dúvidas após a adoção do assistente de vídeo. O estudo aponta que, antes da tecnologia, 90% dos pênaltis eram assinalados, ou não, de maneira correta. Agora, o árbirto acerta em 98,3% dos casos. Nas 804 partidas estudadas, os casos de "identidade equivocada", quando o juiz expulsava um atleta que não havia cometido a infração, foram reduzidos a zero.

O estudo também derruba alguns mitos sobre o uso da tecnologia no esporte mais popular do mundo. Um dos argumentos dos críticos ao emprego do vídeo no futebol, é de que o jogo seria muito interrompido e duraria muito mais do que o normal. Porém, segundo o estudo da IFAB, as partidas sem o VAR duravam, em média, 94:47. Com o uso do árbitro de vídeo, entretanto, o número sobe em apenas um minuto. Além disso, as paralisações duram, em média 39 segundos (via comunicação interna) e 70 segundos (com a revisão dentro de campo).

Se o VAR acresce um minuto ao tempo de cada partida, lances normais do jogo deixam o espetáculo parado por muito mais tempo. Contando todos os arremessos laterais, por exemplo, a bola fica parada por mais de 7 minutos. Os goleiros, por sua vez, demoram quase 6 minutos por partida para colocar a bola em jogo nos lances de tiros de meta.

A pesquisa também mostrou que, a cada três partidas analisadas, o árbitro de vídeo foi fundamental em um lance capital. Em apenas um em cada 20 jogos, a decisão ainda foi tomada de maneira equivocada, mesmo com o auxílio do replay. A IFAB também fez uma pesquisa com mais de 15 mil torcedores de 24 países, os resultados apontaram que 81% dos fãs do futebol são a favor do uso da tecnologia.

Nesta segunda-feira (22/1), o executivo da FIFA, Philippe Le Floc'h, afirmou que a tecnologia será usada já na Copa da Rússia. O árbitro de vídeo já é utilizado em grandes ligas da Europa, como na Alemanha e na Itália, por exemplo.