Futebol Nacional

VIOLÊNCIA

Vítima de agressão nega, em depoimento, que tenha marcado encontro para brigar

Amilton Lima dos Santos prestou depoimento nesta terça-feira, no DHPP

postado em 13/09/2016 17:24 / atualizado em 13/09/2016 18:09

Alexandre Barbosa /Diario de Pernambuco

Wagner Oliveira Esp. para o DP/D.A Press
Vítima no caso de agressão antes do clássico entre Sport e Santa Cruz, no último domingo, Amilton Lima dos Santos, identificado pela polícia como presidente da facção organizada Inferno Coral, prestou depoimento nesta terça-feira, na sede do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). O delegado Paulo Furtado, responsável pelo caso, foi quem realizou a ouvida, que durou cerca de duas horas e meia.

No depoimento, Amilton deu sua versão sobre o caso de agressão. Ele contou que foi cercado por torcedores que seriam da facção organizada Jovem, do Sport e espancado. Reconheceu, inclusive, seus agressores. Ao delegado Paulo Furtado, ele afirmou que não marcou o encontro com os rivais para brigar, como acusaram alguns áudios que circularam por meio de WhatsApp no domingo. "Ele disse que foi agredido. Primeiro foi cercado e depois espancado. Ele negou ter marcado qualquer encontro para brigar", afirmou Furtado.

Amilton não fez maiores comentários sobre o motivo que o levou a deixar o Hospital Getúlio Vargas na segunda-feira pela manhã, assinando um termo de responsabilidade. O laudo médico indicava que havia a necessidade de uma cirurgia. Não citou, também, receio ou medo de ser vítima novamente de membros de facções rivais. "Ele não falou sobre isso. Disse que não gosta de hospital, por isso resolveu sair", revelou Paulo Furtado.

Após o depoimento, Amilton foi liberado pela polícia e seguiu para o Instituto Médico Legal, onde realizou exame de corpo delito. Até o momento, ele segue recebendo o tratamento de vítima no caso. A polícia já havia afirmado, no dia anterior, que não há nada que possa enquadrar o dirigente da facção do Santa Cruz.

O outro homem agredido junto com Amilton, também membro da facção organizada Inferno Coral, André Sales de Lima Júnior, ainda não foi ouvido pelo DHPP. Nesta terça-feira, ele foi submetido a uma cirurgia, tendo que voltar ao hospital, e não tem previsão de quando irá comparecer para o depoimento.

Enquanto isso, as investigações sobre os demais suspeitos de agressão continua. Ao todo, oito pessoas participaram do espancamento, constatou a polícia, por meio de um vídeo do ocorrido divulgado nas redes sociais. Seis deles já foram identificados. Três já foram capturados. O último deles, Renato de Assis da Silva, 23 anos, teve a prisão temporária, que tem duração de 30 dias, decretada. Esse período pode ser prorrogado ou a prisão pode tornar-se preventiva, dependendo dos requisitos do caso. Ele já foi encaminhado ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Everaldo Luna (COTEL).

Na segunda-feira, Vítor Eduardo Gomes da Silva também foi levado ao Cotel, acusado por tentativa de homicídio e corrupção de menores. Ele vai aguardar o julgamento preso no local. O outro suspeito é um adolescente de 17 anos, apreendido no mesmo dia da gressão e encaminhado ao Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). O destino dele foi uma das unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).

Recompensa
A exemplo do que aconteceu no caso da morte do torcedor do Sport, Paulo Ricardo Gomes da Silva, atingido por um vaso sanitário, na saída do Arruda, o Disque Denúncia, em parceria com a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), colocou à disposição uma recompensa no valor de R$ 1 mil para qualquer informação que leve à prisão dos suspeitos da agressão. O telefone para denúncias é o 3421-9595, com funcionamento das 8h às 18h. As pessoas também podem enviar informações por meio do site https://www.disquedenunciape.com.br/. Em ambos os casos, não é necessário a identificação, nem mesmo para o recebimento da recompensa.