Futebol Nacional

PERNAMBUCANO FEMININO

Estadual feminino 2017 inicia desorganizado, com muito improviso e pouco investimento

Pernambucano da modalidade começa a ser disputado a partir deste domingo

postado em 29/04/2017 20:00 / atualizado em 29/04/2017 19:29

Anderson Freire/Sport Club do Recife
Parecia ser o pontapé inicial para o processo de estruturação do futebol feminino em Pernambuco. Começou como um plano promissor, baseado em promessas, incentivos e perspectiva de desenvolvimento. À primeira vista, culminou em um cenário de completa desordem. Às vésperas da estreia do Campeonato Pernambucano feminino, a tabela de confrontos ainda sofria alterações. Clubes eram excluídos da ompetição. Estádios permanecem sem vistoria. Mas vai começar. Neste domingo, às 15h, quatro clubes iniciam a disputa. Jogadoras que entram em campo ainda aguardando por mais dignidade e respeito para a profissão que escolheram exercer.

As mudanças ocorridas na estreia do Náutico demonstram o caos da competição. Em sete dias, inúmeras alterações. Primeiro cogitou-se mudar o local do jogo que aconteceria contra o Porto, no domingo, para o Arruda. Depois, para o Grito da República, em Olinda, no sábado. Na quinta-feira, outra modificação. O duelo voltava para o domingo, mas dessa vez contra o Ferroviário do Cabo, no Gileno di Carli. Assim permanecia até ontem, pelo menos. “Atrapalhou todo o planejamento. Preparamos o time para um tipo de jogo e agora vamos ter que mudar a estratégia. Muda toda a rotina do jogo”, queixou-se o técnico do alvirrubro, Jeronson França.

Não foram só essas mudanças. A rodada não será completa, como se imaginava. De acordo com a direção de futebol feminino da Federação Pernambucana de Futebol, Porto e Ipojuca não conseguiram regularizar suas atletas a tempo e, por isso, estão de fora da primeira rodada. Mas não do torneio. A expectativa do diretor de futebol feminino da FPF, Elias Coelho, é de que o cadastramento seja feito e a partida aconteça ainda no meio da próxima semana.

Exclusão

A priori, o Pernambucano seria disputado por oito equipes. Mas serão sete. Na mesma quinta-feira em que o Náutico soube da última mudança em sua estreia, o Sete de Setembro, reativado neste ano, foi excluído da competição. “Não está em dia com suas obrigações, pendências financeiras. As exigências feitas não foram cumpridas”, explicou Elias Coelho. Assim, as outras três equipes que dividiam o grupo com o time de Garanhuns receberá os três pontos por cada partida que disputaria. E o Flamengo de Arcoverde ganhou uma folga na rodada.

Em nome do “profissionalismo”

Se no Estadual masculino Náutico, Santa Cruz e Sport reclamam a cota fixa de 950 mil pela participação no torneio, na modalidade feminina, o cenário é um tanto diferente. Premiações em dinheiro não são uma realidade palpável para as mulheres no estado. No Pernambucano feminino, terminar em primeiro, a princípio, garante somente o troféu. A Federação custeará a arbitragem dos jogos. Funcionou dessa forma nas últimas edições do torneio. Mas neste ano isso chegou muito perto de não acontecer. Até a noite da quinta-feira, na verdade, a responsabilidade de arcar com o valor caberia aos clubes.

Fora isso, qualquer outra despesa com relação a transporte, hospedagem e alimentação fica por conta dos clubes. Isso porque, a partir deste ano, devido à reformulação feita na FPF, atendendo às exigências da CBF e CONMEBOL, só estarão aptas a participar do torneio equipes consideradas profissionais pelas entidades. Assim, arcar com estas despesas, de acordo com o diretor de futebol feminino Elias Coelho, passa a ser responsabilidade dos clubes.

Com relação ao ano passado, cinco equipes deixam o torneio por esse motivo. Barreirense, Codif, Ibis, a atual vice-campeã Joias Raras e a Seleção Recife Bom de Bola. O Revelação, de Cajueiro Seco, foi o único a encontrar uma solução a curto prazo. Incorporou-se ao Ferroviário, do Cabo, que já era considerado um clube profissional e jogará sob esta denominação.

“A Federação está indo na contramão. A CBF está entendendo que tem que investir na modalidade, tem que criar políticas para que se desenvolva. A CBF está bancando suas competições numa lógica para que as equipes comecem a se estruturar para que um pouco mais na frente sejam independentes. A Federação, sabendo das dificuldades dos clubes, está criando situações de uma forma que tem que se livrar da responsabilidade de algumas coisas”, reclamou o técnico Jeronson França.

Estádios sem vistoria

Nesta edição, em tese, sete estádios receberão os jogos do Estadual. Mas dois deles sequer receberam vistoria por parte da Federação Pernambucana e não constam entre os laudos disponibilizados pela entidade em seu site oficial. O Barbosão, em Chã Grande, onde joga o Vitória de Santo Antão, ao menos foi liberado pela Confederação Brasileira de Futebol para a disputa da Série A1. Mas o cenário não é o mesmo no caso do Antônio Dourado Neto, onde jogará o Ipojuca. “Ainda vai ser feita a vistoria, mas o gramado é muito bom. E o Antônio é um campo que recebeu jogo do Pernambucano”, explicou o diretor Elias Coelho.

GRUPO A
Vitória de Santo Antão
Sport
Flamengo de Arcoverde

GRUPO B
Náutico
Porto
Ipojuca
Ferroviário

1ª rodada
Domingo
15h - Vitória x Sport
15h - Ferroviário x Náutico