Futebol Nacional

FUTEBOL PERNAMBUCANO

Facções organizadas têm histórico de violência em Pernambuco; confira casos emblemáticos

O DP Esportes selecionou cinco dos casos de violência com maior repercussão protagonizados por grupos que foram extintos pela Justiça nesta terça-feira

postado em 18/02/2020 20:13 / atualizado em 18/02/2020 20:21

(Foto: Ricardo Fernandes/DP )
Protagonistas do triste espetáculo de escalada da violência nos estádios - e fora deles - que vem afastando diversos torcedores das arquibancadas, as facções organizadas Fanáutico, Inferno Coral e Torcida Jovem tiveram participação em diversos casos com a existência de feridos e até mesmo resultando em morte nos últimos anos. Assim, no dia em que a sua extinção foi decreta pela Justiça, o DP Esportes relembra alguns casos emblemáticas ação predatória destas agremiações em casos de violência registrados na Região Metropolitana do Recife.

18 de março de 2001
Antes de um jogo entre Sport e Náutico, na Ilha do Retiro, aconteceu um confronto entre integrates da Torcida Jovem e da Fanáutico próximo ao Túnel Chico Science. Um adolescente de 17 anos, Daniel Ramos da Silva, foi atingido com dois tiros, um na cabeça e um no peito. Chegou a ser socorrido para o Hospital da Restauração, mas morreu no HR. O autor dos disparos nunca foi identificado. A vítima vestia camisa da Torcida Jovem. O caso é o primeiro registro de morte ocasionada por violência de organizadas.

11 de abril de 2007
Antes de um jogo entre Santa Cruz e Sport, no Arruda, um torcedor rubro-negro que passava pela Avenida Professor José dos Anjos, próximo ao estádio, foi atingido por uma pedra atirada do anel superior e teve afundamento do crânio. Das arquibancadas, a Inferno Coral cantava: "Não é mole não. Antes do jogo já morreu um alemão". Veronaldo, que vestia camisa da Torcida Jovem, não morreu, mas ficou tetraplégico. Sem nenhum movimento e sem poder falar, vive em uma cadeira de rodas e respira com a juda de aparelhos. A pessoa que atirou a pedra não foi idendificada.

16 de fevereiro de 2013
Após briga entre as facções organizadas Fanáutico e Torcida Jovem que ocorreu na frente dos Aflitos, no dia 16 de fevereiro de 2013, quando o Náutico jogaria com o Central, o jovem Lucas Lyra, na época com 19 anos, acabou baleado na nuca. O tiro foi atribuído ao segurança da empresa de transporte coletivo Pedrosa. Para Lucas, restaram apenas as sequelas. Sete anos após o acontecido, ele acumula limitações na fala e na locomoção.

2 de maio de 2014
Após partida entre Santa Cruz e Paraná pela Série B de 2014, duas privadas foram arrancadas de banheiros do Arruda e arremessadas contra torcedores de uma torcida do time paranaense que seria "aliada" da Jovem do Sport. Uma delas atingiu Paulo Gomes Ricardo da Silva, que morreu na hora. O caso foi julgado no dia 2 de setembro de 2015, após 12 horas de júri popular, quando os três acusados foram condenados. Waldir Pessoa Firmo Júnior foi senteciado a 28 anos e nove meses de prisão, Everton Filipe Santiago de Santana a 28 anos e seis meses e Luiz Cabral de Araújo Neto a 25 anos de reclusão.

3 de fevereiro de 2020
Episódio de violência mais recente, enquanto torcedores do Santa Cruz comemoravam o aniversário do clube com crianças disputando uma "pelada" em alusão ao nascimento do clube, integrantes da Torcida Jovem do Sport invadiram o local, no centro do Recife, agredindo os torcedores e disparando tiros para cima. A ação ganhou grande repercussão por ter se estendido a agredir crianças além de pessoas não incluídas no contexto das organizadas de Pernambuco.