
A partir daí, não há mais consenso entre as duas partes. Inicialmente, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) defendia, de imediato, o gozo das férias completas de 30 dias, com a remuneração do período sendo paga apenas em maio, até o dia 5. Além disso, a entidade que representa os jogadores também pede que os atletas tenham direito a mais dez dias de folga remunerada, em dezembro, para as festas de Natal e Ano Novo.
Na reunião por videoconferência realizada na tarde desta quinta-feira, assim como o sindicato dos jogadores de Pernambuco já havia sinalizado, cada clube irá negociar diretamente com os seus atletas outros pontos, como uma possível redução salarial. O presidente do Sport, Milton Bivar, já sinalizou a necessidade de corte nos salários. Já o mandatário do Santa Cruz, Constantino Júnior, acredita em um acordo com o seu elenco.
Também nesta quinta, de forma conjunta, os clubes da Série B, entre eles o Náutico, se anteciparam e já se posicionaram ao apresentarem suas medidas. Das quais, já englobava a antecipação das férias, em 20 dias, a partir do próximo dia 1. Além disso, se comprometeram em pagar integralmente os salários de março, bem como solicitarem à CBF e às federações 20 dias de “pré-temporada” antes do retorno oficial dos jogos.
Outros dois pontos são mais polêmicos. O primeiro diz respeito a redução de 25% dos salários, após o período de férias, caso as competições permaneçam paralisadas. Além disso, os clubes querem suspender os direitos de imagens dos atletas durante o período de paralisação, cabendo a cada clube individualmente analisar e observar as características próprias dos respectivos contratos.
Em entrevista ao Diario de Pernambuco, o advogado do sindicato dos jogadores do Estado, Arrtur Pedro Vieira reconheceu que a proposta dos clubes da Série B é quase idêntica à defendida pela Fenapaf. Mas pontuou que a questão do direito de imagem precisa ser revisto.”Um acerto está mais perto do que longe. Nós já tivemos grandes vitórias”, reconheceu.
“O único ponto que está pegando é a imagem. O salário de março, por exemplo, precisa ter a carteira e a imagem integral e precisam ser pagos até o dia 7 de abril. Com relação aos outros meses (corte de 25%), isso é uma coisa que teremos que ver no futuro, em outra reunião. Ninguém sabe como vai estar a situação. Falar em desconto agora é precipitado”, finalizou o advogado.